A carne de búfalo tem ganhado cada vez mais espaço no gosto dos consumidores de carne vermelha. De olho nessa tendência, a Cooperbúfalo resolveu diversificar e lançou novos produtos na Expointer. São quatro tipos de embutidos produzidos em um misto de carne suína e de búfalo: salsicha defumada búfalo-bock, a búfalo-brasa, indicada para ser assada, a búfalo-dog, para cachorro-quente, e a linguiça mista, também para churrasco. "Trata-se da linha Especialidades Alemãs, a primeira com embutidos de búfalo do País e que a princípio atenderá os mercados de São Paulo e Rio Grande do Sul", informou o presidente da Cooperbúfalo, Júlio Ketzer.
Além dessas novidades, a cooperativa já vem trabalhando há algum tempo com cortes especiais como picanha, maminha e costela, todas com selo de certificação da Cooperbúfalo. "Estamos com um projeto de identificação de origem para os produtos, como forma de agregar valor aos cortes, o que pode nos inserir entre a elite da carne gaúcha." A ideia é regionalizar a carne, identificar o local onde ela é produzida, colocando o nome da propriedade de origem nas embalagens, o que, a princípio, será realizado por 20 propriedades. Neste ano, durante a Expointer, os búfalos participaram da vitrine da carne gaúcha, com demonstração dos cortes e degustação da carne. "Este foi o segundo ano de participação no evento, uma ótima maneira de divulgar a carne de búfalo", disse Ketzer. Para ser inserido no programa de certificação, os animais passam a ser acompanhados desde o momento da pré-concepção, seleção das matrizes e reprodutores, passando pelo nascimento dos terneiros até o abate.
A exemplo do que vem ocorrendo com a carne bovina, a falta de matéria-prima também tem atingido o mercado de cortes e de leite de búfalos. Com um rebanho estimado de 90 mil cabeças no Rio Grande do Sul, os produtores buscam a ampliação do número de animais a campo. "Não crescemos mais por falta de matéria-prima. Quanto mais ampliamos a oferta, maior a demanda. Estamos sempre correndo atrás." O dirigente disse que o número de abates ao ano não ultrapassa 7 mil cabeças, oferta que consegue suprir apenas parte do consumo dos gaúchos. Ketzer conta que a cooperativa está realizando um trabalho de convencimento dos criadores sobre o diferencial da criação de bubalinos. "Já estamos conseguindo vencer muitos preconceitos, mostrando que o búfalo é um animal dócil e que permite redução de custos na hora da criação", disse o presidente da Ascribu, Sérgio Souza. Segundo ele, atualmente 222 municípios gaúchos desenvolvem a criação. São 1.200 criatórios no Estado, sendo que desses, 125 se dedicam exclusivamente à espécie.
Veículo: Jornal do Comércio - RS