O preço do frango voltou a cair após registrar alta até a 1ª quinzena deste mês
Após apresentar alta entre julho e a primeira quinzena de agosto, os preços do frango em Minas Gerais voltaram a registrar queda. De acordo com os dados da consultoria Safras & Mercados, especializada em agronegócio, o preço pago pelo quilo do animal vivo aos produtores caiu 13% na segunda quinzena deste mês, passando de R$ 2,3 para R$ 2. Com a redução, o cenário dos produtores mineiros piorou uma vez que os custos estão elevados e os preços recebidos praticamente equivalentes aos mesmos.
Segundo o analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, a situação dos avicultores é crítica, uma vez que os preços pagos pelo frango estão apenas R$ 0,15 superiores aos custos de produção. A tendência é de que, se não houver recuperação da cotação, a produção seja novamente reduzida.
"A expectativa no curto prazo é de manutenção dos preços do frango nos patamares atuais ou de pequenas quedas devido ao recuo registrado nos preços das demais carnes, como a suína e a bovina, o que incentiva a migração do consumo", disse Iglesias.
Para o analista, a redução da produção adotada a partir de maio tanto em Minas Gerais como nas demais regiões do país contribuiu para equilibrar a demanda em relação á oferta. No segundo trimestre do ano, o quilo do animal vivo no Estado chegou a ser comercializado em torno de R$ 1,3, em um período de custo elevado devido à valorização do milho.
Em Minas, até meados de julho o valor médio era de R$ 1,7 o quilo do frango vivo. O preço médio, na primeira quinzena deste mês, subiu para R$ 2,3. Após este intervalo recuou 13%, caindo para R$ 2.
"Para que os produtores mineiros obtenham lucro com a atividade é necessário que os preços fiquem acima de R$ 2, já que os custos variam entre R$ 1,85 a R$ 1,90. A expectativa é que estes valores sejam alcançados a partir do último trimestre, período em que o consumo é alavancado devido às festas de final de ano. Outro fator que poderá contribuir para o setor é o aumento do preço das carnes suína e bovina, o que tornaria a carne de frango mais atrativa, incentivando a migração do consumo", explica Iglesias.
Em relação à carne bovina, a tendência é de valorização do produto ao longo dos próximos meses. De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a expectativa para o preço do boi gordo é de alta nos preços, porém de forma equilibrada, devido à limitação da oferta. Os primeiros lotes provenientes do confinamento foram disponibilizados no início do mês. A arroba do boi gordo no Estado acumulou alta próxima a 5% entre os dias 27 de julho e 17 de agosto.
Exportações - O maior controle da oferta de carne de frango no mercado interno tem contribuído para que as quedas sejam menos expressivas. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os embarques mineiros de carne de frango estão em franca expansão. Nos primeiros sete meses do ano, as exportações do produto encerraram o período com crescimento de 57% no valor negociado, alcançando US$ 190 milhões contra os US$ 121 milhões gerados em igual intervalo de 2010.
No mesmo período foram embarcadas 108 mil toneladas, volume 28,81% superior ao enviado anteriormente. Também foi registrada alta de 22,07% na cotação do produto, que encerrou os primeiros sete meses do ano avaliada em US$ 1,7 mil por tonelada.
Em relação aos custos, a tendência é de manutenção em patamares elevados, principalmente no caso do milho. O insumo responde por cerca de 70% dos gastos dos avicultores. De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - unidade Milho e Sorgo, os estoques mundiais baixos e a alta demanda são fatores que irão sustentar os preços do milho ao longo deste e do próximo ano.
Em Minas Gerais os preços do cereal estão em torno de R$ 26 por saca de 60 quilos, o que representa elevação de 39,2% frente ao preço praticado em agosto de 2010 e de 5,4% em relação aos valores vigentes em julho. Com o fim da colheita da safrinha e a quebra de produção no Mato Grosso, a possibilidade queda dos preços é reduzida.
Veículo: Diário do Comércio - MG