Nem mesmo a redução de 4,43% no preço da carne de segunda nos últimos sete dias contribuiu para derrubar o preço da cesta básica, que recuou tímido 1,09% no período. Agora, o quilo do acém custa R$ 10,57. O corte nobre da carne bovina, por outro lado, encareceu 1,73%, com valor de R$ 15,87 o quilo. Essa alta impediu o consumidor de perceber, no bolso, diferença maior, já que o coxão mole é o item mais caro da cesta regional, composta de 34 itens. O desembolso pelo conjunto é de R$ 359,34, ante R$ 363,31 cobrados há sete dias.
O engenheiro agrônomo da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André, Fábio Vezzá De Benedetto, diz que esse cenário para a carne não é comum em fim de mês. Isso porque as famílias aumentam a compra de carne de segunda nos últimos 15 dias. Então os preços sobem, já que a procura é maior. A carne de primeira, por sua vez, costuma ficar mais em conta no período, devido à menor procura.
Restrições da carne brasileira à Rússia, que vem alertando os frigoríficos sobre o não cumprimento de normas sanitárias, têm elevado a oferta do corte de segunda. A Europa consome mais cortes caros e encarece os preços na ponta.
O grupo de alimentos foi o único que se manteve idêntico à semana passada, somando R$ 281,07. A mistura básica do prato brasileiro, o arroz e o feijão, recuaram nos valores. Em alguns locais, paga-se R$ 5 pelo pacote de 5 kg de arroz, porém, a média regional para esse grão está em R$ 6,21, corte de 1,71% nos valores. O feijão recuou 1,81% e custa 2,17 o quilo.
A única alta nos grupos da cesta ocorre nos produtos de limpeza, em 0,56%. A esponja de aço subiu mais: R$ 0,03 na semana, a R$ 1,84 o pacote.
Como de hábito, a maior variação da cesta regional está no grupo de verduras, legumes e frutas. Na semana, o tomate caiu 22,75% e o quilo passou a custar R$ 3,09. Para se ter ideia, na semana passada pagava-se R$ 4 em média. Na sequência aparece a cebola, com baixa de 14,62%, a R$ 1,46 o quilo.
O consumidor também terá de pesquisar se quiser guardar dinheiro para pagar menos pela salada e sobremesa: é nesse grupo que há a maior diferença de preços entre os supermercados da região. No topo do ranking está a batata. Em São Bernardo é possível encontrar o quilo mais caro e o mais barato do Grande ABC, entre R$ 0,79, no Centro, contra R$ 2,19, no Paulicéia.
A cebola e o tomate seguem com a segunda e terceira maiores variações nos custos entre os supermercados. Para a cebola, a diferença chega a 165,82%, custando entre R$ 0,79 e R$ 2,10, e o fruto, com 100,50%, de R$ 1,99 a R$ 3,99 o quilo.
Benedetto ressalta que os hortifrúti apresentam com frequência variações grandes nos preços. Mas pouco influenciam o valor final da composição, já que são comprados a baixo custo. "Muitas vezes também há promoções, que variam até mesmo de um dia para outro nos locais de compra."
Sua dica para economizar é evitar visitar os supermercados para compras de mês imediatamente após receber o salário: depois do dia 5, quando há dinheiro na mão e os preços são reajustados para cima. Voltam a cair só no fim do mês, o que faz rarear as compras no período. "A tendência é que o consumidor aumente sua frequência nos supermercados, mas compre em menores quantidades." Assim, evita influências mensais nos preços, e gasta menos.
Veículo: Diário do Grande ABC