As plantas de Presidente Epitácio (SP), Teófilo Otoni (MG) e Maringá (PR) terão as operações suspensas por tempo indeterminado. Nas unidades de Água Boa e Alta Floresta, ambas em Mato Grosso, e Pimenta Bueno (RO), a desossa de bovinos será suspensa, mas o abate de animais será mantido.
A razão para o fechamento da unidade de Presidente Epitácio é a ineficiência fiscal, segundo a JBS. A maior parte dos bois abatidos nessa indústria é proveniente do Mato Grosso do Sul e paga ICMS na origem de 12%.
Ocorre que o Estado de São Paulo não restitui os créditos de ICMS, que ficam acumulados, explica Francisco de Assis da Silva, diretor-executivo de relações institucionais da JBS. A produção da unidade será transferida para fábricas da JBS em Mato Grosso do Sul.
Também por conta da questão fiscal, o abate e a desossa de Maringá serão remanejados para a planta de Naviraí (MS). Segundo Silva, os animais abatidos na unidade também são adquiridos em Mato Grosso do Sul. Nesse caso, o Paraná veda os créditos de ICMS, informa o executivo.
Nas demais quatro unidades, as mudanças visam ganhos de eficiência e "otimização de processos", de acordo com Silva.
Para isso, o abate e a desossa da planta de Teófilo Otoni serão transferidos para as unidades mineiras de Iturama e Ituiutaba. No caso de Água Boa e Alta Floresta, a desossa será transferida para Barra do Garças (MT) e Diamantino (MT), que terá o abate duplicado, saindo de 1.000 cabeças para 2.000 bovinos por dia. A operação de desossa de Pimenta Bueno será remanejada para a planta de Vilhena (RO).
As mudanças operacionais devem gerar economias ao redor de R$ 200 milhões anualizados entre reduções de custos e eficiências fiscais, disse Silva. Segundo ele, as alterações também permitirão elevar em pelo menos 5% a produção da JBS no país por meio da utilização mais eficiente da capacidade industrial. "Com isso, poderemos ampliar a presença no mercado doméstico", acrescentou.
Francisco de Assis da Silva disse que as operações não serão retomadas enquanto não voltarem a ser eficientes. E garantiu que as três unidades cujas atividades foram paralisadas de forma integral não serão colocadas à venda.
As mudanças operacionais promovidas pela JBS levarão à demissão de 1.500 funcionários, mas outras 2 mil pessoas devem ser contratadas, segundo o diretor de relações instituições, porque haverá criação de postos de trabalho nas unidades que receberão as linhas de abate e desossa transferidas.
De acordo com Silva, a empresa vai oferecer aos funcionários das unidades afetadas a possibilidade de transferência para outras fábricas. Também vai auxiliar na recolocação dos funcionários que forem demitidos.
A JBS tem 45 mil funcionários no Brasil. É a maior empresa de carne bovina do mundo, com unidades nos Estados Unidos, Argentina, Austrália, Uruguai e Paraguai, além do Brasil.
Veículo: Valor Econômico