MT deve fechar o ano com o abate de 4,5 mi de bovinos

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O abate de bovinos no Estado do Mato Grosso deve atingir até o final do ano 4,5 milhões de cabeças, que representam um aumento de 5% ante o ano passado. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o grande volume de abates de fêmeas registrado no primeiro semestre deu espaço a partir de julho a machos oriundos do sistema de confinamento.

No mês de agosto o abate de gado no estado chegou a 477,6 mil cabeças, o maior volume registrado desde agosto de 2007, quando foram abatidas 494,5 mil cabeças. Os bois com menos de 36 meses puxaram o grande crescimento do mês, mostrando que o confinamento é realmente a aposta do estado. "Em julho e agosto o abate de fêmeas, que normalmente recua, obteve queda de fato e quem respondeu pela alta dos abates foram os machos, com a entrada dos animais confinados e semi confinados. E esses animais mantiveram o abate em alta", comentou o gestor do Imea, Daniel Latorraca.

Desse modo, no período entre janeiro e agosto, o total abatido em 2011 chegou a 3,1 milhões de cabeças, sendo este número 6,8% e 16,1% superior ao rebanho abatido no mesmo período nos anos de 2010 e 2009, respectivamente. "Os dados confirmam, em parte, que o número de confinamento previsto e o bom ânimo do mercado desde agosto do ano passado começam a ser evidenciados mês a mês nesta entressafra, demonstrando que o semiconfinamento acompanhou a tendência". Latorraca dividiu o abate de animais no estado em duas partes: a primeira, que vai de janeiro a junho, foi puxada pelo grande volume de abates de fêmeas. "O que levou a esse abate de fêmeas foi o crescimento médio do rebanho no estado, e como a área de pastagens não cresceu chegamos ao limite de lotação. "O segundo ponto é a morte de pastagens no estado", disse Latorraca. "Segundo nosso levantamento, 2,3 milhões de hectares morreram do ano passado para cá. Eles não estão degradados, mas mortos. E essa pressão de área fez com que o estado descartasse uma grande quantidade de fêmeas nesse primeiro semestre", disse.

De julho até o final do ano o executivo acredita que o abate de machos superará o número de fêmeas, dado principalmente que o estado expandiu em 34% o número de animais confinados na comparação com o ano passado. "Acredito que vamos manter esse número de abate de machos elevado em setembro e outubro, dado ainda a entrega de muitos animais de confinamento puxando o resultado do estado. E a partir de novembro e dezembro os abates serão menores por conta das chuvas", frisou Latorraca.


Exportações

O bom desempenho nos abates de bovinos não reflete os resultados obtidos com as exportações do estado. De janeiro a agosto deste ano Mato Grosso exportou um total de 122 mil toneladas, que representa uma queda de 22% ante as 157 mil toneladas do mesmo período do ano passado. "Essa queda nas exportações foi causada pela alta dos preços internacionais, o Brasil perdeu muito a sua competitividade, porque o preço no mercado interno subiu, com os custos mais altos. E o segundo ponto é o dólar que estava muito desvalorizado até a semana passada restringindo a competitividade da nossa carne", contou Latorraca.

Apesar da queda em volumes os valores obtidos foram maiores, fechando o período com US$ 485 milhões neste ano, contra os US$ 461 milhões de 2010. "O embargo da Rússia também contribuiu para isso, pois em julho e agosto não conseguimos embarcar nada para a Rússia", finalizou.

Enquanto o Brasil não consegue dar fim ao embargo, o site da autoridade sanitária russa, Rosselkhoznadzor, afirmou que autorizou a importação de carnes expedidas de 6 julho ao dia 1º de agosto deste ano, oriundas das 37 plantas que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) havia indicado para serem embargadas. A medida, que não deu certo, era uma tentativa frustrada de liberar o embargo russo aos três estados brasileiros, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O Brasil indicaria 37 plantas que continham problemas, e a Rússia, por boa vontade, liberaria as demais.

Já o Mapa, depois de capacitar veterinários que atuam em frigoríficos de bovinos e suínos, iniciou treinamento para fiscais federais agropecuários que trabalham em plantas de aves. Organizado pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), o treinamento reforça os critérios de supervisão e auditoria nas plantas habilitadas a exportar aves para a Rússia, Cazaquistão e Bielorrússia.


Veículo: DCI


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