Frigorífico aposta no consumo

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Com demanda por suínos em ascensão, Saudali projeta alta de até 18% no faturamento.


O aquecimento da demanda interna por carne suína está impulsionando os negócios do Frigorífico Saudali, com sede em Ponte Nova (Zona da Mata). A empresa saiu de um abate de 800 a 900 cabeças diárias, há um ano, para 1.400 a 1.500 cabeças por dia atualmente, um aumento médio da ordem de 60%. E as vendas cresceram na mesma proporção na comparação do acumulado deste ano até setembro com gual período de 2010.

As informações são do diretor comercial do frigorífico, Weber Vaz de Melo. "O consumo de carne suína já alcançou, em 2011, patamares projetados para 2014. A carne suína se tornou uma opção barata, ante os elevados preços da carne de boi", justifica. Segundo ele, há cerca de cinco anos, o consumo per capita no Brasil era da ordem de 11 quilos por ano, já está na casa dos 15 quilos e deve chegar a entre 18 e 20 quilos em 2012.

Frente a este cenário favorável, Weber revela que o frigorífico manteve as projeções de crescimento entre 16% e 18% no faturamento deste ano em relação ao de 2010, atingindo ao final deste exercício giro financeiro da ordem de R$ 175 milhões. Além disso, a empresa deve atingir um abate de 2 mil cabeças diárias já em março de 2012, o que representa crescimento de 33% ante o patamar atual.

O bom momento do mercado de carnes suínas - que ganhará mais fôlego no final deste mês, com a entrada em vigor de acordo que autoriza alguns frigoríficos brasileiros a exportar suínos para a China, grande consumidor mundial do produto - também deve refletir nos negócios da Saudali durante a 25ª edição da Superminas, a Feira da Associação Mineira de Supermercados (Amis), que começou ontem e acaba amanhã, no Expominas, em Belo Horizonte.

"Além de expor os produtos e estreitar as relações com nossos clientes, a perspectiva é de que os negócios fechados no evento girem em torno de R$ 2 milhões, o que seria um crescimento de 33,3% em relação ao montante que alcançamos na edição da feira no ano passado", diz Melo.

Um dos principais atrativos da Saudali na Superminas será a linha de carnes e linguiças Pantaneira, desenvolvida para churrascos, em parceria com o cantor Sérgio Reis. São dez cortes congelados, onze resfriados e seis tipos de linguiças: quatro com sabores (ervas finas, bacon, pimenta e alho) e dois no padrão tradicional mineiro.

De acordo com o diretor, a Saudali tem um mix de aproximadamente 200 itens, 150 na linha de industrializados. Os negócios do frigorífico estão concentrados em Minas, que tem 55% de participação na receita, seguido pelo Rio de Janeiro (24%) e Espírito Santo (19%). O restante é pulverizado no país.

Este ano, a Saudali investiu cerca de R$ 7 milhões em projetos que vão desde a reformulação das embalagens e aquisição de equipamentos até o aprimoramento dos produtos. E está prevista para dezembro a conclusão das obras de ampliação da unidade fabril da empresa, que demandou investimentos de R$ 9 milhões.

As ações do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) também têm ajudado a Saudali a incrementar os resultados. Uma das principais medidas no âmbito do programa foi a contratação da Top Carnes, especializada em consultoria para frigoríficos, que identificou oportunidades de melhorias de processos e produtividade na indústria.

Expansão - O Frigorífico Saudali está situado no Vale do Piranga, região considerada atualmente o quarto maior polo produtor de suínos do Brasil e o maior de Minas. A empresa iniciou suas atividades em março de 2000, como resultado da parceria de 52 suinocultores, que saíram da condição de concorrentes para se tornarem sócios. Na época, a iniciativa, que teve o objetivo de agregar valor às matérias-primas, foi considerada uma inovação no mercado da suinocultura.

E os planos da Saudali são ainda mais ambiciosos. "A demanda e o aumento da nossa produção determinam o nível dos investimentos, e o objetivo da empresa é estar entre as dez maiores do setor dentro de dez anos", afirma o diretor.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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