A engorda de bovinos em confinamento combate a escassez de carne de qualidade do período de seca
A aplicação de novas técnicas de confinamento está permitindo aos pecuaristas mineiros manter uma oferta de carne de boi gordo de qualidade no período da entressafra, o que garante maior retorno financeiro. O gerente da Presence, multinacional do setor de nutrição animal, Paulo Fortes de Andrade, revela que o uso dos mecanismos tende a crescer em Minas porque é uma alternativa para o produtor reduzir custos com ração e com mão de obra.
"Essas vantagens fundamentaram a projeção de crescimento de 100% dos negócios no Estado para a próxima safra", afirma Andrade. Ele acrescenta que a engorda de bovinos em confinamento à base de ração combate a escassez de carne de qualidade do período de seca, sinônimo de pastos com baixa qualidade nutritiva, gado magro e alto custo na alimentação.
Segundo o gerente, para diminuir os custos dos produtores com a ração e com a mão de obra, a Presence desenvolveu uma nova técnica de confinamento. "Nós trocamos os volumosos, como a cana-de-açúcar e a silagem, por grão de milho ou aveia e o Confipeso Alto Grão enriquecido com proteínas, fibras e aditivos", esclarece.
Atualmente, explica Andrade, o confinamento consiste em criar o gado em piquetes e currais e alimentá-los com volumosos, rações e água nos cochos. Os animais que vão para esse local estão próximos do momento de abate. "Com a nova tecnologia, conseguimos antecipar o abate em cerca de seis meses", destaca.
Com a utilização da ferramenta, conforme o gerente, o gado engorda de 1,2 quilo a 1,5 quilo por dia e o rendimento da carcaça chega a 55%. A mistura e as refeições (85% milho e 15% núcleo Confipeso Alto Grão) acontecem duas vezes por dia e cada boi consome cerca de 2% do seu peso vivo, o que equivale a algo em torno de 8 quilos.
Retorno - "Se fossem usadas as rações convencionais, o animal poderia comer perto de 40 quilos. Essa é uma das melhores formas de enfrentar o período da entressafra e a nova tecnologia agrega valor ao produto final, garantindo oferta no período não-produtivo e retorno para o produtor", acrescenta Andrade.
A Presence é subsidiária do grupo francês Evialis, que tem planta em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e chegou ao mercado em 2010 para substituir a Purina nos segmentos de grandes animais e animais de produção, com foco em ruminantes, eqüinos, peixes, camarões, aves, suínos e agora com pet food.
A Evialis é uma das líderes mundiais em nutrição animal e tem unidades industriais em 16 países, somando 77 plantas, além de comercializar produtos e serviços em 50 economias ao redor do mundo. A empresa possui mais de 4 mil funcionários. No Brasil, além de fábrica mineira, o grupo tem unidades em Barra Mansa (RJ), Canoas (RS), Descalvado (SP), Inhumas (GO), Paulínia (SP) e São Lourenço da Mata (PE).
Além disso, a Evialis tem outra subsidiária, a Zoofort, em Primavera do Leste (MT). Ao redor do mundo, a empresa tem atuação no México, Espanha, Vietnam, Polônia, Indonésia, Bélgica, China e França.
Veículo: Diário do Comércio - MG