A preocupação do pecuarista mineiro em garantir um rebanho com melhor qualidade e conseqüentemente maior retorno comercial está puxando os negócios da divisão de serviços genéticos da Merial Saúde Animal, denominada Igenity. Ainda com a maior parte dos negócios ligada ao gado de leite, Minas já tem uma participação de 10% a 15% nas vendas da empresa.

O gerente da Igenity, Guilherme Gallerani, explica que "a identificação molecular é uma ferramenta que dá condições ao produtor de conhecer precocemente o potencial genético do animal, ampliando a capacidade de exploração comercial". Ele explica que a empresa atua basicamente em três frentes: teste de DNA para registro de raças; teste de paternidade para rebanhos múltiplos e análise de DNA para determinar características favoráveis à produção específica de leite ou de corte.

Sem o uso destas técnicas, as informações genéticas só são adquiridas com base no histórico produtivo do animal, o que leva em torno de cinco anos. "O novo sistema permite ao produtor ter estas informações com maior velocidade e de forma precoce", explica.

As ferramentas são empregadas na fase de preparação para o período reprodutivo, que marca o início do ciclo pecuário. A identificação molecular, segundo o gerente, é um método novo e complementa outras técnicas de reprodução assistida, porque fornece informações confiáveis sobre o mérito genético de touros e matrizes que serão os pais das futuras gerações.

Gallerani explica que, na fase que antecede o início da estação de monta, a informação sobre o potencial genético dos reprodutores, para características que o produtor busca aprimorar no rebanho, tem papel fundamental na escolha correta dos acasalamentos, uma vez que ele é direcionado de acordo com os objetivos do produtor.


Evolução - "Ainda encontramos no Brasil pecuaristas que selecionam animais para reposição sem utilizar métodos disponíveis de avaliação genética. O chamado touro ponta de boiada ainda é muito usado, o que pode impedir a evolução genética do rebanho", destaca o especialista.

Na próxima estação de monta, que está sendo preparada para começar em meados de novembro, a expectativa é de que haja crescimento no número de rebanhos que utilizaram as técnicas empregadas pela Igenity. Desde 2008, quando a empresa iniciou suas atividades, o índice de adoção dos exames realizados por ano dobrou.

A sede da Merial é em Campinas (SP), mas a empresa tem unidade de coordenação logística em Belo Horizonte, além de equipes que atuam em todo o Estado. Ela emprega aproximadamente 5.600 pessoas e opera em mais de 150 países. Seu faturamento em 2010 chegou a US$ 2,6 bilhões.


Veículo: Diário do Comércio - MG