Adaptação dos cortes da carne suína impulsionou o consumo.
A adaptação dos cortes de carne suína às novas exigências do consumo está impulsionado a demanda interna pelo produto e, conseqüentemente, a produção mineira. Segundo o presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins de Abreu, ao final deste ano, o consumo per capita no Estado já atingirá patamares projetados para 2014. A análise foi feita ontem durante o 1º Encontro dos Suinocultores Mineiros (Suiminas), na sede da entidade.
"Nos últimos anos, houve uma desmitificação da carne suína, que, com cortes adaptados às novas tendências do mercado consumidor, também se tornou uma opção barata ante os elevados preços da carne de boi", analisa o presidente da Asemg. Conforme Abreu, os suinocultores de Minas Gerais têm potencial para produzir 580 mil toneladas anuais do produto, o que equivale a aproximadamente 29,9 quilos anuais por habitante no Estado.
Porém, Abreu explica que a produção caminha de acordo com a demanda. Ele revela que, em 2010, o consumo interno de carne suína chegou próximo de 500 mil toneladas e a produção foi pouco superior à quantidade consumida. Para este ano, no entanto, a projeção é de um crescimento da ordem de 6,5% nos dois indicadores.
Granjas - Conforme os dados da Asemg, atualmente existem 1.101 granjas produtoras no Estado, a maioria (472 ou 43%) de pequeno porte, de um a 25 extratos. Estas unidades concemtram 5.065 matrizes, o que corresponde a apenas cerca de 2% do total estadual (243,3 mil matrizes, aproximadamente).
Por outro lado, granjas de grande porte, com mais de 500 extratos, representam só 10,3% do total de unidades produtoras em Minas, mas, ao mesmo tempo, respondem por 70% da quantidade global de matrizes no Estado, com 169,8 mil matrizes.
Ainda de acordo com as informações da Asemg, o Triângulo Mineiro, com 377 granjas e 95,5 mil matrizes lidera o ranking das principais regiões produtoras de carne suína no Estado. Em seguida, com 235 granjas e 60,1 mil matrizes, aparece a Zona da Mata, e, finalmente, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) fecha a lista dos três maiores produtores, com 194 granjas e 28,2 mil matrizes.
O mercado doméstico, segundo Abreu, também exige cada vez mais a adoção de práticas sustentáveis na produção e hoje já são empregadas tecnologias que deixam a suinocultura menos nociva ao meio ambiente. "Essas técnicas demandam investimentos e isso acaba impactando em aumento dos custos produtivos, que, conseqüentemente, serão repassados para a ponta do consumo", afirma.
Se a tendência do consumo de carne suína no Estado é de crescimento, por outro lado, o principal gargalo enfrentado pelos produtores é a ineficiente logística para a distribuição e escomaneto da produção.
Sobre a Suiminas, Abreu destaca "que este é o primeiro de uma série de eventos, onde os produtores terão a oportunidade de estreitar o contato com especialistas e aprimorar o entendimento sobre o mercado de suínos".
"Esse setor está passando um pouco à margem das políticas macroprudenciais do governo, tomadas no fim do ano passado, para tentar segurar um pouco a demanda, reduzir o consumo. Mesmo assim esse setor está crescendo bastante", explicou o coordenador da pesquisa.
Em termos acumulados, o segmento de móveis e eletrodomésticos teve expansão de 17,9% tanto nos nove primeiros meses do ano quanto nos últimos 12 meses. Segundo o instituto, o resultado é reflexo da manutenção do crédito em patamar elevado; da redução de preços dos eletroeletrônicos e da trajetória positiva da massa de rendimentos da população ocupada.
"Tem a hipótese de que as camadas das classes E e D, que foram para a classe C, tinham uma demanda reprimida e agora passaram a realizá-la. Eles compram produtos de valor não tão alto como automóvel, mas sim como geladeira, máquina de lavar, produtos que essa classe está tendo acesso agora, até mesmo no sentido de atualizar os seus equipamentos do lar. Se ele (consumidor) tinha um aparelho que não estava funcionando corretamente ou estava antiquado, ele passou a comprar equipamentos modernos", explicou Macedo.
Veículo: Diário do Comércio - MG