Hoje, sistema funciona para quem exporta para a União Europeia; Dilma quer regulamentar rastreamento de carne
O governo tenta há dois anos implementar a rastreabilidade do gado brasileiro, uma ferramenta que permite ao comprador da carne verificar o histórico do animal - do nascimento até o abatedouro. Até agora, o sistema só saiu do papel para algumas empresas que exportam para a União Europeia, mas a presidente Dilma Rousseff deve regulamentar as normas para todo o País.
Segundo o secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio Marques, o sistema usa padrão internacional de qualidade (ISO) e serve para resolver questões sanitárias e ambientais.
"A presidente deve regulamentar nos próximos dias a lei de rastreabilidade da carne para tornar claro que a rastreabilidade não é identificação de boi", afirmou. "Tatuagem, brinco, essas coisas são identificação de boi."
Uma das principais inovações, de acordo com Marques, será a manutenção dos registros de animais em um banco de dados, construído desde 2009 em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura. "Se quero colocar uma marca determinada, vou nesse banco público e digo a que vou usar para ficar claro o critério", explicou.
A ausência de controle das regiões produtoras de gado pelo poder público facilita o questionamento e imposição de barreiras por parceiros comerciais do País. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina. Em segundo lugar, vem os Estados Unidos, que enfrentam tarifas mais altas para vender seu boi na China. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos EUA, o País pode se beneficiar da disputa comercial e ganhar uma fatia do mercado chinês dos norte-americanos. / I.D.
Veículo: O Estado de S.Paulo