Exportações e consumo brasileiros bateram recordes em 2011, quando se venderam ao exterior 3,9 milhões de toneladas a US$ 2.093 mil por tonelada
O País está a um passo de se equiparar, em volume, à avicultura chinesa, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial. Dados apresentados ontem pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) mostram que a produção de carne de frango no Brasil alcançou um patamar recorde no ano passado, com 13,1 milhões de toneladas produzidas, contra 13,2 milhões de toneladas dos chineses.
A expectativa da entidade é de que ainda este ano a avicultura brasileira se alce ao posto de segunda maior produtora do mundo, deixando a China para trás. Se em 2010 a distância entre os dois países era de 320 mil toneladas, em 2011 ficou em 142 mil toneladas. O segmento, no Brasil, registrou crescimento de 6,8%, em volume, com valor bruto calculado em R$ 36 bilhões. Mas a evolução esperada para 2012 é tímida: 2%, de acordo com a previsão da Ubabef. "Não achamos que será um ano de muita euforia", declarou o presidente-executivo da entidade, Francisco Turra. Por outro lado, ele disse que "a performance da produção avícola em 2011 é fruto da verdadeira revolução verificada nas últimas décadas".
Do total produzido no ano passado, 69,8% foram consumidos pelo mercado nacional. O consumo per capita no País, hoje de 47,7 quilos (7,5% maior do que em 2010), já supera o dos Estados Unidos, os maiores produtores mundiais de frango. Para Turra, isso é sinal de que a ave tornou-se sinônimo de alimentação saudável para a população brasileira.
A produção e o consumo de ovos também aumentaram. Produziram-se 31,5 bilhões de unidades, ou 1,9 milhão de toneladas, superando de 9,4% a marca do ano anterior. Hoje, cada brasileiro come em média 162,5 unidades de ovos por ano - uma alta de 9,2% sobre dados de 2010.
"O crescimento do consumo interno de carne de frango e de ovos reflete a superação de mitos que envolviam estes dois importantes alimentos", observou o presidente-executivo da Ubabef.
O Estado de São Paulo liderou a produção de ovos (35,8% do total), seguido por Minas Gerais (11,4%), Paraná (6,9%) e Rio Grande do Sul (5,9%).
Entre janeiro e junho de 2011, os alojamentos de matrizes somaram 24,6 milhões de aves, o que, para a Ubabef, significa que o Brasil tem capacidade para atender eventuais aumentos na demanda de consumo - já que nos doze meses de 2010 esse número era de 46,5 milhões de matrizes.
Exportações
A China (13,2 milhões de toneladas) e os Estados Unidos (16,7 milhões) lideram a produção de carne de frango no mundo, de acordo com os números do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Entretanto, o Brasil continua sendo o maior exportador do produto. O nível de exportações atingiu, em 2011, 3,9 milhões de toneladas, com alta de 3,2% em relação ao ano anterior.
As vendas para o mercado externo resultaram em US$ 8,2 bilhões de receitas cambiais - quase um terço do produto interno bruto (PIB) do segmento, calculado em aproximadamente US$ 20 bilhões -, em 2011.
"Este desempenho ocorreu mesmo que tenhamos enfrentados dificuldades, como no caso do embargo da Rússia e na diminuição das encomendas do Egito", destacou Turra. "Quando o real se fortaleceu, quase ficou inviável exportar, mas conseguimos repassar os preços. O problema agora, com a moeda forte, é que alguns mercados querem que baixemos nossos preços", acrescentou.
O frango brasileiro ficou cerca de 17,4% mais caro no mercado internacional, a um preço médio de US$ 2.093 mil por tonelada, no ano passado. A composição do mix de exportados ficou assim: 52,4% de frango em cortes, 38,1% de frango inteiro, 4,9% de frango salgado e 4,6% de frango processado, segundo a Ubabef.
Por segmentos, os cortes somaram embarques de 2,1 milhões de toneladas e receita cambial de US$ 4,4 bilhões (incremento de 26%), enquanto o frango inteiro totalizou 1,5 milhão de toneladas, proporcionando lucro de US$ 2,6 bilhões (alta de 15%).
Em 2011, o custo médio de 1,8 quilo de ração (milho e farelo de soja, basicamente) necessário para se produzir um quilo de frango, foi de US$ 0,5. A Ubabef destacou que o valor agregado dos frangos aumentou - 65,8%, por exemplo, no frango inteiro.
Outras carnes
Frangos inclusos, as exportações da avicultura brasileira (peru, pato, ganso, outras aves, ovos e materiais genéticos) acumularam US$ 8,8 bilhões em 2011, ou 19,7% a mais do que em 2010. Foram exportadas 4,1 milhões de toneladas de aves, um crescimento anual de 2,3% no volume.
Veículo: DCI