Para governo brasileiro, Paraguai demorou a agir no primeiro foco de aftosa

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O surgimento do segundo foco de febre aftosa no Paraguai pode ter sido causado pela demora do governo paraguaio em lançar a notificação de infecção durante o primeiro surto, em setembro do ano passado, e por ter deixado de vacinar o rebanho em locais próximos ao primeiro foco, segundo Ênio Marques, secretário substituto da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. Ele disse que o governo federal está fazendo todo o possível para evitar a infecção do rebanho brasileiro.

Na visão do governo, o Paraguai demorou para agir. "O manual não foi seguido corretamente e a notificação, caso o processo fosse feito corretamente, teria ocorrido antes. Além disso, os animais não foram vacinados mesmo estando perto do foco", disse Marques.

Apesar de o risco da entrada do vírus no país existir, ele afirmou que a situação não é tão preocupante quanto em outros anos. "Além de ser mais longe da nossa fronteira, comparado com focos da doença em países vizinhos registrados anteriormente, a situação ainda pode ser controlada sem mais problemas. Temos que estar atentos nos pontos de entrada do Brasil e Paraguai", disse.

As medidas tomadas pelo governo brasileiro reforçaram a vigilância na fronteira seca entre Brasil e Paraguai. "Está proibida a movimentação de animais para cá e o Exército está nos ajudando com a infraestrutura, e a Polícia Federal também está agindo para proibir andar entre os países por vias não autorizadas", informou Marques. O movimento de pessoas entre as cidades dos dois países continua normal, mas o governo faz a vigilância do transporte de produtos de origem animal oriundos de áreas infectadas.

O surgimento do novo foco foi noticiado dia 3 de janeiro. Os animais pertencem a um pecuarista do departamento de San Pedro, a 180 quilômetros da fronteira com o Brasil e a cerca de 30 quilômetros do primeiro foco. A fazenda tem cerca de 130 animais.

As fronteiras brasileiras estão fechadas para a entrada de gado bovino do Paraguai, segundo o Ministério da Agricultura. Mas, ontem, o secretário nacional da Saúde Animal e Qualidade do Paraguai, Daniel Rojas, disse que o Brasil não fechou as fronteiras para a entrada do gado paraguaio, conforme informou a Agência Brasil. Segundo Marques, a único produto liberado é a carne desossada maturada a vácuo. "Desde o primeiro foco, em setembro, estão suspensas as licenças para importação de gado do Paraguai", diz.


Veículo: Valor Econômico


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