Vigilância na fronteira com o Paraguai é reforçada

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O Ministério da Agricultura do Brasil informou na noite de ontem que reforçará medidas de vigilância e fiscalização para salvaguardar a fronteira do Brasil com o Paraguai, onde foi confirmado um novo surto de febre aftosa em bovinos.

Após acordo com o Ministério da Defesa, o apoio das Forças Armadas no suporte das ações de fronteira de Mato Grosso do Sul com o país vizinho será retomado. Além disso, estão sendo contratados pelo Estado de Mato Grosso do Sul mais 35 médicos veterinários para atuarem na divisa, segundo nota do ministério.

Na próxima semana, uma missão técnica do governo brasileiro será enviada ao Paraguai para verificar os controles de origem dos animais abatidos e as condições de processamento das carnes exportadas ao Brasil. Além disso, será retomada a desinfecção dos veículos procedentes do Paraguai.

A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul também decretou alerta sanitário no Estado e anunciou medidas. Entre elas, a de reforço da vigilância sanitária numa faixa de 200 quilômetros de extensão por 60 quilômetros de largura no noroeste gaúcho, na fronteira com a Argentina, para evitar riscos de contaminação. Em nota, o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da secretaria, Eraldo Leão Marques, lembrou que o Rio Grande do Sul está separado do foco por Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, de um lado, e pela Argentina, de outro.

Além disso, 96% dos bovinos com até dois anos acabaram de ser vacinados no Estado, mas mesmo assim o governo decidiu retomar os procedimentos já realizados em setembro e ampliar a vigilância.

Conforme a secretaria gaúcha, nos próximos dias serão montadas seis equipes volantes com um médico veterinário, dois auxiliares e apoio da Brigada Militar. Os grupos vão percorrer 29 municípios nas regiões de Santa Rosa, São Luiz Gonzaga e Ijuí, onde farão barreiras sanitárias nas estradas, vistorias a propriedades de risco e a fiscalização de estabelecimentos que vendem carnes e derivados.

No Paraná, que quer voltar a pleitear o status internacional de "livre de aftosa sem vacinação", o governo estadual também anunciou o reforço da fiscalização.

O Paraguai confirmou ontem que o resultado das amostras coletadas em animais de uma propriedade localizada na Província de San Pedro, no norte do país, foi positivo. Em setembro passado, bovinos de uma fazenda próxima também testaram positivo para a doença. Segundo agências internacionais, os novos resultados foram comunicados à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). O proprietário da fazenda onde surgiu o novo foco, Gustavo Trugger, até ontem resistia em sacrificar seus animais sem a garantia do governo paraguaio de que será indenizado por isso.


Veículo: Valor Econômico


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