Com os preços da carne bovina e de frango nas alturas, consumidor está optando pelos cortes suínos
O abate de suínos em Minas, durante o terceiro trimestre deste ano, aumentou 9,1%, se comparado com igual período de 2010. No mesmo intervalo foi registrada queda de 12,6% no abate de bovinos e de 17,9% no de frangos. Os preços mais competitivos das carnes suínas, se comparadas com as bovinas, impulsionaram o consumo e alavancaram o volume de abates. Os dados são da Pesquisa Trimestral de Abate Animal e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo os dados do IBGE, o resultado do terceiro trimestre se deve também ao tempo seco já que a oferta de animais é menor. Os índices negativos, tanto no abate de bovinos como no de frangos, deverão ser revertidos nos resultados do quarto trimestre, quando a demanda por carnes é alavancada pela aproximação do período de festas.
Em Minas, ao longo do terceiro trimestre, foram abatidas 545,11 mil cabeças de bovinos, contra 623,5 mil no mesmo período de 2010, o que representa queda de 12,6%. Em relação ao peso das carcaças, foi observado recuo de 12,3%, alcançando 128,8 mil toneladas, contra 146,9 mil geradas no terceiro trimestre de 2010.
A queda no volume de abates tem como fatores a redução da demanda, devido à competitividade reduzida em relação às demais carnes, e a maior comercialização de animais vivos para serem abatidos em outros estados. A redução da capacidade de abate em Minas, devido a desativação de unidades nos últimos anos, é o um dos fatores que também causou a queda dos resultados observados.
Segundo dados do IBGE, no terceiro trimestre de 2011 foram abatidos em Minas Gerais cerca de 1,049 milhão de suínos, contra 961,3 mil animais abatidos no mesmo período do ano passado, incremento de 9,1%. O volume de carcaças também aumentou, rendendo ao Estado 97,0 mil toneladas, contra 85,7 mil toneladas geradas em igual período do ano anterior, uma alta de 13,2%.
Demanda - No país, o abate de suínos aumentou 9,1% frente ao volume abatido no terceiro trimestre de 2010, alcançando 9,065 milhões de unidades. O índice de crescimento no abate em Minas foi superior à média brasileira.
A evolução no número de abates se deve à demanda aquecida pelo produto. Além de preços mais competitivos, as ações desenvolvidas em Minas Gerais, seguindo o cronograma do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), têm incentivado o aumento do consumo.
De acordo com a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, houve crescimento de cerca de 5% no consumo per capita de carne suína no país, aumentando para 15 quilos. Além das ações do PNDS, o aumento dos preços da carne bovina, ao longo do ano, impulsionou a migração dos consumidores para a carne suína. A expectativa para o próximo ano é de manutenção do consumo em alta.
No caso do frango, Minas reduziu significativamente o número de aves abatidas no terceiro trimestre de 2010. Ao todo, foram 79,2 milhões de cabeças, contra as 96,46 milhões abatidas anteriormente, resultado 17,9% inferior. O peso das carcaças no período também foi reduzido, passando de 198 mil toneladas para 167 mil, queda de 15,8%. A tendência é que o abate aumente no quarto trimestre do ano, período em que o consumo é alavancado pelas festas de final de ano.
De acordo com o IBGE, no país foram abatidos de 1,347 bilhão de frangos no terceiro trimestre de 2011, o que resultou em variação positiva de 5% frente a igual período do ano passado.
Leite - Durante o terceiro trimestre, em Minas foram adquiridos 1,334 milhão de litros de leite cru, queda de 1,7% sobre os 1,356 milhão de litros comercializados em igual período do ano anterior. O volume de leite industrializado foi de 1,320 milhão de litros, frente aos 1,344 milhões registrados em igual intervalo de 2010, uma queda de 1,8%.
No país, a aquisição de leite feita pelos estabelecimentos industriais foi de 5,281 bilhões de litros. Em termos percentuais, registrou-se aumento de aquisição de 2,1%, relativamente ao terceiro trimestre de 2010.
De acordo com o relatório do IBGE, o preço bruto médio do leite foi de R$ 0,89 referente a setembro, pela produção entregue em agosto. O valor rompeu a estabilidade de preços ocorrida nos dois meses anteriores. Em 2011, os custos de produção do leite ficaram em média 10% mais altos do que o do último ano, fator que pode em parte limitar a franca expansão da produção. O aumento de custos se deve à elevação dos preços dos grãos assim como dos fertilizantes.
Veículo: Diário do Comércio - MG