A cotação do suíno vivo em Minas Gerais encerrou fevereiro com alta de 3,57% frente aos preços praticados na primeira quinzena do mês. O fim do período de férias e a retomada das exportações foram os principais fatores que contribuíram para a recuperação dos preços, que estavam em queda desde o final de dezembro de 2011. A tendência é de mercado firme para o produto ao longo de março.
De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Felipe Netto, ao longo de janeiro e da primeira quinzena de fevereiro a oferta de carne suína no mercado se manteve superior à demanda, o que contribuiu para a redução dos preços. Com a retomada das aulas e o final do Carnaval, o mercado se tornou mais demandador contribuindo para uma recuperação de preços. A tendência é que em março a cotação se mantenha entre a estabilidade e uma pequena variação positiva.
"Com a retomada dos preços, os suinocultores estão recuperando a margem de lucro. A situação atual é favorável para o setor, uma vez que os custos de produção, principalmente os que se referem à alimentação, estão estáveis e a tendência é de demanda aquecida pela carne suína", disse Netto.
A estabilidade nos custos de produção se deve à estagnação observada nos preços do milho, principal componente da ração animal. Com a colheita da primeira safra no Sul do país, e o início do processo em Minas Gerais, a tendência é que a oferta do grão seja ampliada, o que vai contribuir para a redução dos preços ou manutenção nos patamares atuais.
Segundo os dados da Safra & Mercados, o quilo do animal vivo em Minas Gerais chegou a R$ 2,80 em meados de fevereiro, após a primeira quinzena houve recuperação da cotação e o produto foi vendido pelo produtor a R$ 2,90, o que representou um incremento de 3,57% no período. O preço médio no mês ficou em R$ 2,46.
Favorável - Os preços praticados no mercado interno estão mais favoráveis que os vigentes em igual período do ano anterior. Segundo os dados da consultoria, em fevereiro de 2011 a média de preço do suíno vivo em Minas Gerais era de R$ 2,21. De acordo com Netto, os preços atuais estão maiores que os observados em igual período do ano anterior devido ao mercado aquecido. Além da alta no consumo per capita do Brasil, as exportações brasileiras de carne suína são crescentes.
Somente em fevereiro de 2012 foram embarcadas em torno de 31 mil toneladas do produto, contra as 29 mil toneladas enviadas em igual mês de 2011. O aumento dos embarques contribui para o equilíbrio no mercado interno da oferta e do consumo.
As médias diárias observadas em fevereiro superaram as médias de janeiro em 16% e as de fevereiro do ano passado em 9%, mostrando o bom aquecimento do mês.
O comportamento das exportações brasileiras no início de ano é considerado positivo e atípico, já que segundo Netto, não é comum registrar exportações elevadas no começo do ano, ainda mais com as indústrias tentando trabalhar com estoques bastante justos em relação à demanda. Em janeiro foram embarcadas 36,3 mil toneladas, volume 9,8% superior ao exportado no mesmo mês do ano passado, com crescimento de 5,8% na receita, indicando baixa de preços em dólar.
"Tanto em janeiro quanto em fevereiro, a manutenção da taxa de câmbio um pouco menos valorizada ajudou e possibilitou a redução do preço médio, alavancando as vendas. As perspectivas para o início de março são de possíveis altas, motivadas pelo mercado firme", disse Netto.
Veículo: Diário do Comércio - MG