Tendência é que os preços registrem pequenas oscilações positivas.
O aumento da demanda interna tem contribuído para a recuperação dos preços pagos pelo frango vivo em Minas Gerais. Somente entre 29 de fevereiro e 15 de março, foi observada alta de 6% nos valores pagos aos produtores. A tendência é que os preços se mantenham entre a estabilidade e pequenas oscilações positivas. A valorização mais significativa deve ocorrer após a Páscoa, devido ao encerramento do período de Quaresma, quando aumenta a demanda pelo produto.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Pará de Minas (Região Central) os preços pagos aos produtores passaram de R$ 1,79 para R$ 1,86 por quilo do animal vivo. No atacado, os preços estão em torno de R$ 3,07, o que representa incremento de 1,3% ao longo da primeira quinzena de março.
A valorização do produto também foi observada em São Paulo. Segundo dados divulgados pelo Cepea, na parcial de março, a carne de frango tem registrado valorizações positivas, enquanto os preços das principais carnes concorrentes, a bovina e a suína, recuaram.
Segundo os pesquisadores do Cepea, a sustentação parece vir da demanda interna relativamente firme pela carne de frango, que tem preços mais acessíveis, combinada com oferta um pouco menor. O valor médio da ave inteira resfriada no atacado de São Paulo teve aumento de 1,2% entre 29 de fevereiro e 15 de março, com o quilo passando para R$ 2,82.
Mesmo com a alta, a situação do avicultor ainda é complicada no Estado, uma vez que os custos de produção estão iguais ou pouco menores que os preços recebidos pela venda dos animais, comprometendo a lucratividade do segmento. A situação deverá se tornar mais favorável com a intensificação, em abril, da colheita da safra de milho, principal insumo da atividade.
Custos - Desde o final de 2011, a cotação do produto sofreu fortes e sucessivas quedas, que perduraram até meados de fevereiro. De acordo com o analista de mercado da consultoria Safra & Mercados, Fernando Iglesias, no início de fevereiro o quilo do animal vivo em Minas estava em torno de R$ 1,55, valor abaixo dos custos de produção, que estão estimados em R$ 1,90, dependendo da tecnologia aplicada e dos insumos utilizados.
No encerramento do mês, devido à redução da produção, os preços começaram a evoluir e estavam em torno de R$ 1,80. O incremento de 16% deu novo fôlego à atividade. A média estadual, segundo o levantamento da Safras & Mercados, até o dia 15 de março, ficou em R$ 1,90.
De acordo com o Fernando Iglesias, a demanda por carne de frango não vem tendo grandes evoluções, conforme era previsto, tendo em vista que a carne bovina permaneceu com preços atrativos no atacado.
"Com a carne bovina sendo vendida a preços mais baixos, a reposição da cotação entre o atacado e o avicultor acaba sendo mais lenta, o que dificulta a valorização da carne de frango", avaliou.
O mercado desaquecido para a carne de frango também é um reflexo do baixo desempenho das exportações, o que aumenta a oferta no mercado interno. Em fevereiro, o volume dos embarques do setor, no país, registrou queda de 5%, com total de 281,6 mil toneladas, frente às 296,5 mil toneladas exportadas em 2011. Também houve queda da receita, de 8,2%, atingindo US$ 539,6 milhões no segundo mês deste ano, contra US$ 588,1 milhões do ano passado.
Em Minas Gerais, o setor acumula perdas no primeiro bimestre. Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o recuo na receita foi de 16,7%, com faturamento de US$ 53 milhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG