As exportações brasileiras de carne bovina devem alcançar US$ 6 bilhões durante este ano, alta de 11% sobre os US$ 5,4 bilhões do ano passado, por conta da melhoria no cenário externo, com a retomada da demanda da Rússia, Europa e Irã, bem como a perspectiva de abertura de novos mercados, como Estados Unidos e Indonésia. A previsão é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Segundo o diretor-executivo da entidade, Fernando Sampaio, a situação da Rússia, que chegou a embargar carne bovina brasileira por questões sanitárias, "melhorou muito", assim a da União Europeia (UE), que repassou ao Brasil a habilitação de fazendas aptas a exportar ao bloco econômico. "Com isso, esperamos voltar a crescer nesses mercados", afirmou Sampaio, durante o 7º Encontro Confinamento da Coan Consultoria, em Ribeirão Preto (SP).
Além dos dois mercados, a Abiec espera ampliar o comércio com a China, que recentemente habilitou as cinco primeiras unidades brasileiras para exportar carne. "Ainda temos uma lista encaminhada para lá com outras nove unidades exportadoras, as quais responderam todas as informações solicitadas", disse. "Esperamos que elas sejam também habilitadas o mais rápido possível", completou Sampaio.
As exportações para o Irã também devem ser retomadas, na avaliação da Abiec. O país é um dos mercados que mais cresceram para a carne brasileira, mas sofreu uma queda recente por causa de embargos econômicos, principalmente dos Estados Unidos. Os embargos atingiram os bancos que operam com o país e tornaram difíceis as operações comerciais, como a compra de carnes.
Entre os novos mercados, a expectativa maior é pela autorização dos EUA para a compra da carne bovina brasileira in natura. "O processo está em consulta pública lá e temos de aguardar essa definição", disse o diretor-executivo da Abiec.
Já a Indonésia, mercado ainda incipiente para o setor, mas com uma população de 200 milhões de habitantes, começa as negociações com o Brasil. Na próxima semana, delegação daquele país asiático estará no Brasil para uma série de negociações comerciais e a carne bovina estará em pauta.
Na avaliação de Sampaio, caso o Brasil atinja a meta de US$ 6 bilhões de exportações em 2012, deve retomar o posto de maior exportador mundial de carne bovina, perdido em 2011 para os EUA. Segundo ele, os americanos só ultrapassaram os brasileiros no ranking no ano passado porque pecuaristas americanos abateram muitas matrizes, por conta da seca nas regiões produtoras e reduziram o rebanho ao menor nível em 50 anos. "Essa posição não vai se sustentar em 2012", concluiu.
Veículo: DCI