O aumento da oferta de carne bovina no mercado tem freado os preços pagos pelo boi gordo em Minas Gerais. De acordo com dados da Scot Consultoria, em fevereiro foi registrada queda de 2% na média de preços pagos pela arroba do boi gordo. O período de safra é o principal fator que tem levado à retração do mercado.
Segundo o zootecnista e analista da Scot Consultoria, Gustavo Aguiar, a tendência é que ao longo de março os preços sejam mantidos ou que sofram pequena pressão de alta, uma vez que a valorização da carnes de frango e de suínos favorece o consumo da carne bovina.
"O aumento da oferta de carne bovina no mercado fez com que os preços pagos aos pecuaristas recuassem. A oferta aumentou em um período de baixo consumo, que são os dois primeiros meses do ano. Com a retomada das atividades, a tendência é de equilíbrio entre a oferta e a demanda", observa Aguiar.
Segundo os dados da consultoria, a queda nos preços foi observada em praticamente todas as quatro principais regiões produtoras de Minas Gerais. Na média estadual, o recuo foi de 2%, com a arroba em torno de R$ 93,50.
No Triângulo Mineiro a arroba encerrou fevereiro com os preços estáveis. No Norte de Minas foi observado o maior recuo, 4,2%, seguido pela Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com queda de 2,1%, e Sul do Estado, com desaceleração de 1,6%.
De acordo com dados levantados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o mercado de boi gordo se manteve estável no período de 23 a 26 de fevereiro.
Os valores mínimos praticados ficaram entre R$ 88 e R$ 89 por arroba em Janaúba e Montes Claros, no Norte de Minas, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e em Teófilo Otoni, Carlos Chagas e Nanuque (Mucuri). Os preços máximos variaram entre R$ 91 e R$ 92 em Uberaba, Uberlândia e Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, Patos de Minas (Alto Paranaíba), Paracatu e Unaí, na região Noroeste do Estado.
Estabilidade - Na média do Estado, a maioria dos negócios foi fechada com a arroba valendo R$ 90, valores que ficaram de 3% a 5% menores do que os R$ 93 a R$ 95 praticados em fevereiro de 2011.
Segundo o departamento técnico da Emater-MG, a variação registrada em fevereiro, oscilando entre a estabilidade e a queda nos preços da arroba do boi gordo, é considerada normal para essa época do ano, devido ao período de safra, em que o aumento natural da oferta leva a uma redução do preço.
Por outro lado, a situação dos pecuaristas é favorável. Ao longo de dezembro e janeiro as chuvas mantiveram-se regulares, garantindo boa recuperação das pastagens em todas as regiões onde a pecuária é extensiva. As boas condições dos pastos previstas até meados do ano podem significar maior retenção do boi gordo no pasto e equilíbrio entre oferta e procura para abate.
Para os próximos meses é esperada estabilidade nos preços pagos pela arroba do animal. "As boas condições das pastagens garantem ao pecuarista maior poder de negociação, já que, dependendo da situação do mercado, ele pode regular a oferta de animais para abate, buscando preços mais satisfatórios", disse.
Veículo: Diário do Comércio - MG