Após a queda das exportações de carne suína em 2011, principalmente devido ao embargo da Rússia às carnes brasileiras, e os resultados modestos nesta frente no primeiro bimestre deste ano (ver gráficos), a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) tenta acelerar a estratégia de elevar a demanda interna do produto. Em 2011, o consumo do brasileiro atingiu o recorde de 15 quilos per capita, ante os 13,3 de 2006. Mesmo com a alta, o resultado está muito distante do nível europeu - principalmente na Alemanha, onde pode chegar a 70 quilos.
Para incentivar o consumo, a ABCS criou o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que atua em oito Estados e começou a operar em São Paulo neste ano. O objetivo do programa é elevar o consumo para 18 quilos per capita até 2015. A estratégia pressupõe avançar na realização de campanhas de marketing e publicidade, principalmente em supermercados, para aumentar a participação da carne suína na alimentação do brasileiro.
O crescimento idealizado pelo segmento passa "obrigatoriamente" pelo mercado paulista. O Estado é visto como "fundamental" para o crescimento do consumo nacional e a expectativa da ABCS é atingir cerca de 4 milhões de consumidores até o fim deste ano. "Devido ao tamanho de sua população, o Estado faz parte do projeto de aumentar em níveis recordes o consumo", diz o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
Uma das principais bandeiras da ABCS, a produção integrada, tem levado o setor ao Congresso para tentar aprovar uma regulamentação na área. Em dezembro do ano passado, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o relatório da subcomissão que analisou as relações contratuais de integração entre indústrias e produtores rurais. O texto aprovado define as relações contratuais de integração e estabelece as regras gerais para o sistema que guia relações entre produtor e agroindústria.
Veículo: Valor Econômico