As processadoras de alimentos Marfrig e Brasil Foods assinaram ontem um grande acordo de troca de ativos relacionada ao compromisso assumido pela BRF junto ao Cade para a aprovação da aquisição da Sadia pela Perdigão, que criou a empresa.
O acordo envolve a permuta dos seguintes ativos da Brasil Foods para a Marfrig: 8 centros de distribuição; uma planta industrial de suínos em Carambeí, por meio de contrato de arrendamento; e a totalidade da participação acionária detida pela Sadia (64,57%) na Excelsior Alimentos.
A Brasil Foods receberá a totalidade da participação acionária detida pela Marfrig no capital social da argentina Quickfood, de 90,05%.
O negócio prevê ainda que a Marfrig fará um pagamento adicional de R$ 350 milhões. Deste total, R$ 100 milhões serão pagos entre os meses de junho e outubro de 2012. Os R$ 250 milhões restantes, em 72 parcelas mensais com juros de mercado.
Além disso, após o período de arrendamento, a Marfrig deverá pagar R$ 188 milhões caso opte por exercer a opção de compra referente à planta industrial de suínos de Carambeí.
O acordo para realizar a troca de ativos foi anunciado em dezembro do ano passado, quando as indústrias processadoras haviam previsto o pagamento de 200 milhões de reais da Marfrig para a Brasil Foods. Na ocasião, a Marfrig disse que o acordo permitiria à companhia elevar sua fatia de mercado.
"A consumação da transação está sujeita a condições precedentes definidas pelas partes no contrato de permuta, que permitirão a conclusão do negócio até a data de 1o de junho de 2012", informaram as companhias em comunicado ao mercado.
O mercado parece não ter recebido bem a notícia ontem, tanto que as duas ações constam na lista de piores desempenhos do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo.
Os papéis da Brasil Foods terminaram com a segunda maior queda do dia, com 2,43%, cotado a R$ 37,25. Já as ações da Marfrig recuaram 1,79% ontem, com preço de fechamento a R$ 11,49.
Veículo: DCI