Mercado instável em Minas

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Negociações de animais mais leves estão lentas devido à seca, que afetou as pastagens.

 

O período de seca observado entre fevereiro e março, que comprometeu a qualidade dos pastos mineiros, aliado à instabilidade dos preços do boi gordo vem deixando os pecuaristas receosos em relação à aquisição de animais para a engorda. O principal impacto, em Minas Gerais, foi observado nas negociações de animais de reposição, que se tornaram mais lentas e tiveram recuo nos preços. Somente o preço pago pelo boi magro apresentou recuo de 5,4% em relação aos valores pagos em igual período de 2011.

 

Segundo a analista da Scot Consultoria, Nádia Diniz de Oliveira, a tendência para as próximas semanas é de retomada dos preços dos animais de recomposição, uma vez que os pecuaristas estão se preparando para o confinamento. Outros fatores fundamentais para que os negócios sejam impulsionados são a maior definição do mercado para o boi gordo, que vem oscilando desde janeiro, e dos custos de produção, principalmente do milho e farelo de soja.

 

"As negociações de animais mais leves estão lentas devido à seca prolongada que prejudicou a pastagem. Diante da situação, os pecuaristas ficaram receosos em adquirir os animais e não ter pastagem suficiente para alimentar o rebanho. Com a aproximação do início da seca e a necessidade de confinamento, já se percebe no mercado especulações para aquisição de animais de recomposição, porém a demanda está voltada para as categorias mais pesadas, variando entre oito e 10 arrobas. Os ritmo dos negócios devem aumentar no início do próximo mês", avalia Nádia.

 

Ainda segundo as informações da Scot Consultoria, a redução do ritmo de negociação promoveu a queda nos preços da arroba do boi. No Estado, o boi magro está 5,4% mais barato que há um ano, a cotação está em torno de R$ 1,1 mil por cabeça. Essa categoria foi a que mais desvalorizou no período.

 

Mercado - Desde o início de 2012, os preços pagos pelo bezerro de 12 meses vem recuando. Até o dia 24 de abril a queda acumulada é de 4,7%, com o animal cotado em R$ 740 por cabeça. Com a queda, a relação de troca entre o bezerro desmamado e o boi gordo, atualmente em 2,36, foi a que apresentou maior alta nos últimos treze meses, 1,6%.

 

"Os preços do boi magro e do bezerro acompanham o mercado do boi gordo. Caso as perspectivas, como os preços e os custos de produção, sejam favoráveis para o setor, a tendência é que a demanda pelos animais de recomposição seja impulsionada pela necessidade dos produtores em investir no confinamento", disse Nádia.

 

De acordo com dados do departamento técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), os preços da arroba do boi gordo em Minas Gerais, entre os dias 12 e 18 de abril, se mantiveram estáveis.

 

Os valores mínimos praticados ficaram entre R$ 86 e R$ 88 por arroba em Teófilo Otoni, Carlos Chagas e Nanuque, na região do Jequitinhonha/Mucuri e em Governador Valadares, no Rio Doce. Os preços máximos pagos pela arroba variaram entre R$ 91 e R$ 92 em Patos de Minas, no Alto Paranaíba.

 

No Estado, a maioria dos negócios permaneceu entre R$ 89 e R$ 91 por arroba. A falta de chuva em algumas regiões, especialmente Norte de Minas, já afeta o desenvolvimento das pastagens e a engorda de animais para abate. Essa situação pode antecipar a prática do confinamento de bovinos em 2012, já que o preço do milho grão entre R$ 20 e R$ 24 por saca de 60 quilos viabiliza economicamente essa prática.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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