Cotação do grão em alta pressiona a suinocultura

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Setor sofre concorrência de carnes de frango e bovina.

A redução dos preços das carnes bovina e de frango e o aumento do abate de suínos, observado desde o ano passado, têm impactado negativamente na formação dos preços e prejudicando a rentabilidade dos suinocultores de Minas Gerais. Em abril, o preço do quilo do suíno vivo encerrou cotado a R$ 2,60, valor que não é suficiente para cobrir nem os custos de produção.

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Felipe Netto, a situação dos suinocultores de Minas Gerais e das demais regiões do país é desfavorável, o que poderá impactar na produção futura.

"Os suinocultores estão acumulando prejuízos, uma vez que os custos de produção estão em alta, principalmente pelo incremento nos preços da soja, e a maior oferta de carne no mercado tem contribuído para a queda ou manutenção dos preços nos patamares atuais", disse Felipe Netto.

Segundo os dados da Safras & Mercados, ao longo de abril os preços pagos ao produtor variaram entre R$ 2,50 e R$ 2,60. Na primeira quinzena do mês a demanda se manteve fraca e os preços caíram de R$ 2,64 para R$ 2,50, queda de 5,3%. Já na segunda quinzena, foi observada reação na demanda, o que foi suficiente para que os preços alcançassem os R$ 2,60 por quilo de animal vivo.

"O mercado se manteve instável ao longo do mês passado. Para maio é esperada a manutenção dos valores em torno de R$ 2,60 por quilo, com possibilidade de pequena variação positiva", disse o analista.

A recuperação dos preços pagos pelo quilo do animal vivo ao longo dos próximos meses é considerada fundamental para o setor. Um dos principais pontos que poderá comprometer ainda mais a situação é a redução da oferta de grãos, devido ao encerramento da colheita da segunda safra, o que poderá alavancar ainda mais os custos de produção da suinocultura.


Bovinos - Outro fator que poderá contribuir para a recuperação dos preços pagos aos suinocultores é o início do período de confinamento de bovinos, o que normalmente contribui para o encarecimento da carne e aumenta a competitividade da carne suína.

Segundo o analista de Safras, atualmente, uma das principais justificativas para o recuo da demanda e dos preços da carne suína é a competição com as carnes bovina e de frango, que também apresentaram queda ao longo dos primeiros meses de 2012.

Os preços baixos pagos pela carne suína também têm como estímulo o ritmo mais fraco da demanda no mercado interno e ao aumento da oferta. Diante das consecutivas quedas no preço do animal, suinocultores têm descartado maior volume de animais para abate, tentando minimizar o impacto dos elevados custos com insumos. O temor é de que a desvalorização do produto aumente.

"Desde 2010 o volume de abate de suínos vem crescendo constantemente, o que fez com que a oferta da carne aumentasse em torno de 20% nos últimos dois anos. O consumo do produto também está em alta, porém existe a concorrência com as demais carnes, que também estão com a oferta em alta, o impacta negativamente na formação de preços", disse Felipe Netto.

Os preços pagos pela carne suína, em Minas Gerais, vêm sendo sustentados pelo aumento da demanda internacional, o que em parte reduz a oferta no mercado interno. Os dados de abril ainda não foram divulgados, mas as informações do setor são de que os embarques continuam em alta.

Os últimos dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostraram que em março, o faturamento com as exportações de carne suína alcançaram US$ 13,3 milhões, uma alta de 141,16% em relação ao mês anterior.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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