Além da queda na produção, o aumento das exportações e a alta da carne bovina elevaram a cotação.
Em Minas Gerais, os preços abaixo dos custos de produção praticados nos últimos meses no segmento avícola desestimularam os produtores, que optaram por reduzir o número de aves nas granjas, em busca de melhores resultados financeiros. A queda de 8% verificada na produção de maio, frente à de abril, já traz resultados positivos e contribui para a recuperação dos valores pagos pelo quilo do animal vivo.
Segundo dados da consultoria Safras & Mercado, o preço pago aos produtores no Estado, ao longo da primeira quinzena de junho, ficou em R$ 2 por quilo, frente ao valor médio de R$ 1,80 praticado em maio, uma variação positiva de 11%.
Além da redução do volume de produção, outros fatores como o aumento das exportações e a redução dos preços do milho têm favorecido a retomada da lucratividade na avicultura mineira.
De acordo com o analista da Safras & Mercado Fernando Iglesias, a tendência é que o mercado continue firme para o produto. Os fatores que irão sustentar os preços do frango são a valorização dos cortes bovinos; a manutenção das exportações em alta e a produção mais ajustada à procura.
"Depois de enfrentar forte desvalorização, os produtores de frango voltaram a lucrar com a atividade. A queda na produção de carne foi fundamental para equilibrar a oferta à demanda e impulsionar os preços. Outro fator positivo para o segmento é a valorização da carne bovina, principal concorrente da carne de frango, que entrará no período de entressafra e terá os preços elevados", diz Iglesias.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações do frango vivo têm aumentado no decorrer de junho em todas as regiões analisadas. As altas superaram os 8%. Colaboradores do Cepea atrelam esses aumentos a uma redução do alojamento de animais para abate.
Nos últimos anos, o alojamento tem recuado de março para abril, refletindo em menor produção de carne em junho. Do lado da demanda, as vendas externas vêm batendo recordes, mas o mercado interno, que absorve cerca de dois terços da produção, ainda não apresenta firmeza equivalente.
Milho - Em Minas Gerais, ao contrário do aumento de 11% no preço médio de maio para junho, os custos de produção caíram de R$ 1,80 para R$ 1,75, redução de 2,77%. No período, o segmento foi favorecido pela redução nas cotações do milho, insumo que responde por 70% dos custos com a alimentação das aves. A saca de 60 quilos do produto foi negociada a R$ 23,84 no dia 15 de junho, queda de 3,17% no acumulado do mês.
O aumento das negociações com o exterior também tem favorecido a valorização do frango no mercado mineiro. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), somente em maio Minas Gerais embarcou 20,87 mil toneladas de carne de frango, alta de 17,87% sobre as 17,71 mil toneladas enviadas ao mercado externo em abril.
Em relação ao faturamento gerado com as exportações de maio, US$ 35,8 milhões, o aumento foi de 14% sobre os US$ 31,4 milhões de abril. Apesar do resultado positivo, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano o faturamento obtido com as negociações da carne de frango ficou 26,7% inferior ao gerado em igual período do ano passado, quando foram registrados US$ 103,2 milhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG