O mercado brasileiro de frango não conseguiu resistir ao tradicional movimento mais fraco de demanda da terceira semana do mês e, com isso, os preços cederam em diversas praças do país. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a situação preocupa, tendo em vista que a rentabilidade do produtor e do setor como um todo caiu na semana passada. "Em contrapartida, os custos de produção se expandiram ainda mais com a escalada de preços do milho e farelo de soja", comenta.
O mercado avícola, segundo Iglesias, permanece impactado pela carne bovina, a qual registra volume de oferta excessiva e preços em queda. possível que o setor de carne bovina possa melhorar um pouco a partir do último trimestre, que costuma ter uma demanda mais aquecida, acrescido do fato de que os altos custos de confinamento, pelo elevado valor do farelo de soja e do milho, podem fazer com que o setor reduza um pouco a oferta. Tal condição poderia favorecer uma maior procura por frango, como um produto alternativo", disse.
Iglesias sinaliza que até mesmo as exportações aparentam mostrar debilidade neste momento, o que de certo modo surpreende, por conta da paridade cambial, que está mais favorável a quem vende carne de frango no mercado internacional.
O analista entende que uma das medidas que poderiam ser adotadas para regular o mercado seria diminuir a oferta de frango, tendo em vista os elevados custos. "A realidade, porém, pelo menos nesta semana, foi bem diferente. O que se observou foi um ingresso de oferta de frango das integrações no mercado independente, o que acabou influenciando na queda do preço pago ao produtor", comenta.
Para o curto prazo, Iglesias sinaliza que o cenário deve seguir ruim até a virada de mês, diante da demanda mais fraca frente à oferta, o que pode levar a uma queda de preço nesta semana.
A análise de Safras & Mercado indica ainda que os preços do frango vivo apresentaram recuos ao longo da semana passada. Em São Paulo o quilo vivo foi cotado a R$ 1,80, queda de dez centavos ante a semana anterior. Em Minas Gerais o quilo vivo foi cotado de R$ 1,80 a R$ 1,85, valores de dez a quinze centavos mais baixos ante semana passada.
O preço do frango vivo na integração catarinense permaneceu em R$ 1,80. O quilo vivo foi vendido a R$ 1,85 na integração do Rio Grande do Sul, contra R$ 1,88 na semana passada. No Paraná, o quilo foi cotado a R$ 1,85 na integração (oeste do Estado), sem alterações.
No Distrito Federal, o quilo vivo foi cotado a R$ 1,75, ante R$ 1,90 da última semana. Em Goiás, o quilo vivo também recuou R$ 0,15, atingindo o patamar de R$ 1,75. Em Mato Grosso do Sul, o quilo vivo caiu de R$ 1,85 para R$ 1,75. Em Pernambuco, o quilo vivo seguiu em R$ 2,20. No Ceará, a cotação do quilo vivo continuou em R$ 2, enquanto no Pará o quilo vivo seguiu em R$ 2,10.
Veículo: Diário do Comércio - MG