O mercado brasileiro de carne de frango registrou, na primeira quinzena do mês, pouca movimentação nos preços, em decorrência da oferta elevada de carne bovina, fator que acaba travando o andamento do setor. "Mesmo com uma oferta regulada e demanda normal, o preço do frango não reage, já que o excedente de carne bovina e suína é significativo, o que vem levando a uma queda de preços nesses produtos concorrentes", explica o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
Iglesias afirma que se não fosse o bom desempenho do mercado de frango, o cenário seria ainda pior para o setor de carnes como um todo. "Temos um quadro de grande oferta de carne suína no mercado, que faz com que este setor opere no vermelho e com custos gigantes com a valorização do milho e do farelo de soja. Já a pecuária registra um quadro de preços em queda diante da elevada oferta. Apenas para ter uma ideia, frigoríficos de algumas praças já estão com escalas completas para a primeira semana de agosto", comenta.
"Diante de um cenário tão complicado, não há como o mercado de frango reagir neste momento, mas ao menos o preço está sendo mantido", acrescenta.
O analista ressalta que o cenário para as commodities mudou totalmente. "Havia uma expectativa no mercado brasileiro de trabalhar com custos mais baixos neste ano, a partir da grande oferta de milho a partir deste segundo semestre. Mas a seca nos Estados Unidos modificou completamente essa tendência e pegou todos desprevenidos. Assim, o indicativo será de pressão por custos no curto e médio prazos", alerta.
Preços - A análise de Safras & Mercado indica que os preços do frango vivo não apontaram variações nesta semana em relação a anterior. Em São Paulo o quilo vivo seguiu em R$ 1,90. Em Minas Gerais, seguiu em R$ 1,95. O preço do frango vivo na integração catarinense permaneceu em R$ 1,80.
O quilo foi vendido a R$ 1,90 na integração do Rio Grande do Sul, mesmo valor da semana passada. No Paraná, o quilo foi cotado a R$ 1,85 na integração (Oeste do Estado), sem alterações.
No Distrito Federal o quilo vivo seguiu em R$ 1,90, mesmo preço praticado em Goiás. Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo continuou em R$ 1,85. Em Pernambuco o quilo vivo seguiu em R$ 2,20. No Ceará a cotação do quilo vivo continuou em R$ 2,00, enquanto no Pará o quilo vivo seguiu em R$ 2,10.
Veículo: Diário do Comércio - MG