A comitiva do governo russo que desde ontem está no Estado avaliando plantas de frigoríficos é vista com otimismo pelas indústrias de carne suína gaúchas. O setor espera que as visitas signifiquem o fim do embargo da Rússia às exportações brasileiras do produto, que há mais de um ano afeta as vendas externas do segmento.
A barreira da Rússia às carnes brasileiras se iniciou em 15 de junho de 2011. O embargo parcial, o quarto em dez anos, afetou duramente os três estados da região Sul, grandes produtores de carne suína. O principal prejudicado foi o Rio Grande do Sul, que era mais dependente do comércio com os russos. O Estado, em abril de 2011, vendeu US$ 37 milhões e no mesmo mês deste ano não embarcou nem uma carga. Diante dessas perdas, a chegada dos técnicos russos para avaliação de três frigoríficos abates de suínos é encarada como uma oportunidade para reabrir esse mercado. Conforme o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Produtos Suínos do Estado (Sips), Rogério Kerber, o setor vem se preparando, desde o início do ano, para receber a missão. “Foram muitos meses de trabalho intenso e de adequação, tanto no nível de abate como de campo”, informa o dirigente.
O setor de aves também está otimista em relação aos resultados da missão. Segundo o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, as empresas já vêm trabalhando há mais de seis meses os ajustes necessários em higiene, qualidade e cumprimento das leis exigidas pelos governos russo e brasileiro. Embora apenas 3% das exportações do segmento sejam destinadas para a Rússia, o país é considerado um mercado estratégico. Ontem, os técnicos russos visitaram as plantas de suínos e aves da Brasil Foods em Lajeado. Hoje, devem vistoriar a unidade de abate de suínos da Alibem em Santa Rosa e o frigorífico de aves Frinal, em Garibaldi. Amanhã, a inspeção ocorre na planta de suínos do grupo Alibem em Santo Ângelo.
Veículo: Jornal do Comércio - RS