Segmento no país é seriamente afetado pelo alta de preços dos insumos, como grãos.
A avicultura do país vem enfrentando uma severa crise pressionada pelo aumento dos custos e queda nos preços. Recentemente, representantes do setor elaboraram documento e entregaram ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) solicitando intervenções para que a falência das granjas seja evitada.
De acordo com o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa, a crise no setor foi ocasionada pelo aumento da oferta de carnes bovina, suína e de frango no mercado interno, o que reduziu a cotação exatamente em um momento de alta expressiva nos custos de produção, eliminando a margem de lucro dos produtores.
"A avicultura vem enfrentando uma crise severa e se não houver interferência do governo haverá um desastre no setor. Nenhum avicultor previu, ou poderia ter imaginado, que os custos com a alimentação das aves, principalmente farelo de soja, fossem subir mais que 70% em poucos meses", ressalta o dirigente.
Segundo as informações da Avimig, somente nas últimas duas semanas o preço pago pela saca de 60 quilos de milho passou de R$ 21 para R$ 31,5, alta de 50%. Nos portos, o volume é negociado a R$ 35, o que desperta o interesse dos vendedores do insumo. No caso do farelo de soja, entre março e meados de julho, o preço da tonelada passou de R$ 800 para R$ 1,38 mil, incremento de 72,5%.
Enquanto os custos estão em alta, os preços pagos pelo quilo da ave viva estão em queda e abaixo dos custos de produção. De acordo com Costa, em média, o valor recebido pelo avicultor em Minas Gerais está em torno de R$ 1,75 por quilo de frango vivo, frente aos R$ 2 praticados no início do ano, retração de 12,5%. Em junho, a média de preços foi de R$ 1,95. O custo atual gira em torno de R$ 2,05, o que representa prejuízo da ordem de 15% por quilo da ave viva.
Cadeia - "Toda a cadeia produtiva está acumulando prejuízos. O valo mínimo para o produtor deveria, pelo menos, superar os R$ 2,05. No caso da indústria, que hoje recebe R$ 3,16 por quilo do ave processada, teria que ser maior que R$ 3,30, valor esse que empataria com os custos de produção e hoje é o praticado para o consumidor final", disse.
O principal fator que vem elevando os custos de produção da avicultura é a confirmação da quebra das safras de milho e de soja nos Estado Unidos. A perspectiva de redução da oferta em um momento em que os estoques mundiais estão baixos fez com que a demanda voltasse para o mercado brasileiro. O resultado do aumento da demanda é a valorização dos preços.
"Até o momento, não existe perspectivas de redução dos custos dos insumos e por isso acreditamos que a intervenção do governo federal seja fundamental para evitar crise maior na avicultura", enfatiza Costa.
Veículo: Diário do Comércio - MG