JBS, Marfrig e Minerva cresceram no segundo trimestre do ano, mas custos com produção de suínos e aves preocupam as processadoras
O bom desempenho do JBS, especialmente no Mercosul animou os dirigentes da empresa, controlada pela família Batista. Durante a divulgação de resultados ontem, Wesley Batista, presidente da companhia, afirmou que o crescimento de dois dígitos nas operações deverá se consolidar no próximo semestre. “Parte desse resultado vem dos investimentos que fizemos na unidade de bovinos no Brasil”, destacou Batista. A companhia fechou o segundo trimestre com receita líquida de R$ 18,5 bilhões, 26,3% superior ao mesmo período de 2011.
A receita do semestre somou R$ 35 bilhões e a expectativa é de que o valor dobre ao final do ano. O Marfrig também registrou bons resultados depois do prejuízo de R$ 91 milhões no segundo trimestre de 2011. A companhia teve lucro líquido de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre. A receita líquida ficou em R$ 5,8 bilhões, alta de 9,3% em relação a 2011. Já o Minerva teve lucro líquido de R$ 130,9 milhões e receita líquida de R$ 1,07 bilhão.
Os bons resultados das empresas reforçaram o momento pelo qual o mercado de carnes está passando. O câmbio favorável para exportar, além da expansão de mercados para as carnes bovina, suína e de frango têm pesado no desempenho da indústria. “O consumo no mercado interno também está em um bom patamar”, diz Gustavo Aguiar, analista da Scot Consultoria.
Segundo o especialista, o mercado de bovinos está em um bom momento, com grande oferta de animais e a baixa cotação da arroba. Apesar disso, a alta dos custos das empresas com a seca nos Estados Unidos e a alta dos grãos pode comprometer os resultados no próximo semestre, inclusive no mercado interno. Em julho, por exemplo, o quilo da carne suína era vendido por R$ 1,70 no Paraná e chegou a R$ 3,10 nos últimos dias. “Essa alta deverá provocar queda no consumo interno nos próximos meses”, avalia Andrea Mariani, analista da Safras & Mercado.
A Brasil Foods, impactada pelos custos e pela venda de ativos devido ao processo de compra da Sadia, teve queda de 99% no lucro líquido, que ficou em R$ 6 milhões. Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, explica que o forte da BRF é o mercado de frangos e suínos, ao contrário das demais, que têm foco nos bovinos.“ Por isso ela sofreu mais com a alta dos custos.”
Independentemente do impacto, o fato é que a alta dos custos foi repassada para o consumidor. BRF e Marfrig reajustaram os preços e o JBS anunciou que deverá fazê-lo até o fim do ano.
Veículo: Brasil Econômico