Carnes de frango e de porco podem subir até 10%

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Para compensar elevação dos grãos, setor de alimentos aumenta preços

Produtos da Sadia e da Perdigão devem ter alta imediatamente; Seara, principal concorrente, também prevê reajuste


Os efeitos de uma das maiores secas da história dos EUA, que provocou quebra na safra de grãos daquele país, vão chegar logo ao bolso do consumidor brasileiro.


Duas das maiores produtoras de carnes de frango e suína do país disseram ontem que vão reajustar os preços em breve. O objetivo é compensar o aumento de custos provocado pela alta das cotações do milho e da soja.


"Vamos reajustar os preços entre 5% e 10% de imediato", afirmou José Antonio do Prado Fay, presidente da BRF-Brasil Foods, dona das marcas Sadia e Perdigão.


No segundo trimestre deste ano, quando o milho subiu 16% em relação ao mesmo período de 2011, a companhia conseguiu aumentar seus preços marginalmente, entre 1% e 2% -insuficiente para cobrir os gastos adicionais.


"Respeitamos o nosso consumidor, mas é necessária uma implementação muito mais rápida do aumento de preços", disse Fay.


Principal concorrente da BRF no mercado interno, a Seara Brasil (divisão de aves, suínos e processados da Marfrig) conseguiu preços 6,1% maiores no mercado doméstico no segundo trimestre em relação ao primeiro.


Além dos reajustes, o percentual reflete a maior participação de produtos industrializados na receita -59%, ante 50% há um ano.


A empresa avisa, no entanto, que promoverá novos aumentos. "Eles não foram suficientes [para compensar os custos]", disse David Palfenier, presidente da Seara. "Continuamos buscando maiores preços", acrescentou.


QUEDA NO LUCRO

A alta nos custos teve impacto no resultado das empresas no segundo trimestre.


O lucro da BRF caiu 99%, para R$ 6 milhões, também bastante influenciado pelo aumento de despesas provocado pela transferência de ativos para a Marfrig -operação determinada pelo Cade.


A rival teve lucro de R$ 15,5 milhões e reverteu prejuízo de R$ 91 milhões no mesmo período do ano passado. Mas previu que o maior impacto ainda está por vir, pois a explosão do preço do milho ocorreu no terceiro trimestre.


Além de preço maior, as empresas informaram que buscam reduzir despesas para melhorar a rentabilidade.


Já o JBS registrou lucro líquido de R$ 169,5 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo no mesmo período do ano anterior, de R$ 180,8 milhões.


O resultado ficou acima das expectativas do mercado. Analistas esperavam, em média, lucro de R$ 119 milhões.



Veículo: Folha de S.Paulo

 


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