A greve dos fiscais federais agropecuários, deflagrada na segunda-feira, já coloca em risco a manutenção dos níveis de produção da carne de frango, setor abalado nos últimos meses pelo aumento dos custos e queda dos preços internacionais.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recorreu à Advocacia-Geral da União (AGU) para uso de medidas legais que limitem a greve e assegurem o trabalho de pelo menos 70% dos servidores.
Mas a intenção de garantir a segurança alimentar, a sanidade e a idoneidade dos produtos ofertados à população ou exportados ainda não produziu os efeitos desejados pelo setor.
Empresas associadas à União Brasileira da Avicultura (Ubabef) já informaram à entidade a ocorrência de prejuízos, ameaçando gravemente a manutenção dos níveis de produção de carne de frango.
Em nota, a Ubabef manifestou sua preocupação quanto aos efeitos da greve dos fiscais e apela para que o diálogo e o entendimento levem a uma solução rápida.
Segundo a entidade, a paralisação tem um efeito extremamente danoso para a avicultura, tanto no que diz respeito ao abastecimento do mercado interno - ao qual são destinados dois terços da produção de carne de frango - quanto no caso das exportações.
A Ubabef enfatiza que, diferentemente de outros setores, os produtos de proteína animal - que incluem, também, os da suinocultura e da bovinocultura - são perecíveis; portanto, são gravemente impactados no caso de paralisações em qualquer de suas diferentes etapas de produção e transporte aos mercados consumidores.
"A Ubabef apela para que a compreensão deste grave momento leve a rápido entendimento entre as partes envolvidas", destaca o documento.
Suínos
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, também manifestou preocupação.
"Estou confiante no compromisso do governo para garantir o bom andamento dos trabalhos do setor por meio de diálogo entre as partes. Essa greve dos fiscais é preocupante, está atrapalhando toda a cadeia em um momento difícil para o setor. Por isso, pedimos a compreensão deles."
Veículo: DCI