O volume exportado apresentou elevação de 8,9% no acumulado até setembro.
O valor e o volume de exportações de carne suína tiveram elevações no acumulado até setembro de 2012 de 1,7% e 8,9%, respectivamente, se comparados ao mesmo período do ano passado. Apesar dos embargos impostos por Argentina e Rússia, houve incremento dos embarques para sete dos dez maiores compradores do produto.
As receitas alcançaram US$ 1,082 bilhão de janeiro a setembro, perdendo somente na série histórica - iniciada em 1997 - para o mesmo período de 2008, quando atingiu US$ 1,18 bilhão.
Entre os principais destinos, a Ucrânia adquiriu US$ 285,5 milhões, acréscimo de 93% sobre 2011. Altas também nas compras de Cingapura, de 5,2%, atingindo US$ 60,1 milhões; Angola, 5,2% (US$ 54,1 milhões); Uruguai, 27,2% (US$ 42,5 milhões); Geórgia, 115% (US$ 17,02 milhões); Emirados Árabes, 12% (US$ 13,2 milhões); e Armênia, 7,2% (US$ 10,4 milhões).
Apesar das restrições da Rússia, o país foi o principal comprador do produto, totalizando US$ 281,8 milhões (queda de 23,2%). Reduções também de Hong Kong, de 1% (US$ 224,3 milhões), e da Argentina, de 40% (US$ 51,7 milhões).
O impacto foi positivo para os estados de Santa Catarina, maior exportador brasileiro do produto, com um total de US$ 409,9 milhões no período em relação ao ano passado (alta de 16%), e de Goiás, que vendeu US$ 147 milhões (alta de 49%).
Barreiras - "Apesar dos bons resultados, boa parte das unidades da Federação, como o Rio Grande do Sul, ainda não conseguiu compensar as barreiras impostas por alguns países. No entanto, governo federal e representantes do setor têm se mobilizado para resolver essas pendências", afirmou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho.
Além das negociações com o governo argentino, que resultaram na retomada das exportações brasileiras para aquele mercado no segundo semestre de 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e associações de produtores de suínos aguardam a avaliação de autoridades sanitárias russas sobre frigoríficos visitados no Brasil entre julho e agosto deste ano.
Desde o início do embargo, já foram realizadas mais de 160 supervisões em estabelecimentos exportadores de produtos de origem animal para a Rússia e enviados relatórios de auditoria e planos de ação, além de mais de dez encontros com autoridades daquele país para tentar resolver o impasse.
De agosto de 2011 a agosto deste ano, 26 estabelecimentos brasileiros voltaram a exportar carnes bovina, suína e de frango para a Rússia após o Mapa prestar informações quanto a inconformidades encontradas.
Outros países estão na mira da produção nacional. Em 2013, espera-se que o Japão inicie as importações de carne suína brasileira do Estado de Santa Catarina, reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação após cinco anos de negociações com o Ministério da Agricultura. Os japoneses são os maiores compradores mundiais do produto, importando US$ 5,2 bilhões em 2011. A expectativa do Mapa é conquistar pelo menos 10% desse mercado.
Segundo Mendes Ribeiro, outras negociações envolvem a Coreia do Sul, União Europeia e África do Sul. "Trabalhamos para mostrar a esses países que temos condições de atender os requisitos sanitários, especialmente em relação à febre aftosa, para iniciar os embarques", explicou.
Veículo: Diário do Comércio - MG