O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, disse esperar para o ano de 2013 um crescimento de 3% no volume exportado de carne de frango. Em 2012, os embarques totalizaram 3,918 milhões de toneladas, recuo de 0,6%. Em receita, o executivo não quis citar um percentual. "Estamos mais empolgados com as exportações do que o mercado interno. Hoje vendemos para 154 países. Neste ano queremos abrir os mercados da Nigéria, Argélia (para carne fresca, porque já há embarques de itens processados), Indonésia, Malásia e Camboja", disse Turra, em coletiva de imprensa ontem.
Também há a expectativa de concretização da abertura do mercado da Índia, onde o fator impeditivo é a tarifa de importação de carne de frango, hoje de 100% para cortes e 30% para o frango inteiro. Mesmo sem citar um percentual de receita cambial para o ano, o presidente da Ubabef disse que o objetivo no ano é exportar mais produtos de maior valor agregado. Em 2012, a participação dos processados no volume exportado foi de 5%. "Também esperamos que o dólar mantenha o patamar atual no ano, mas é um fator que não está no nosso controle. E temos que observar os preços praticados pelos nossos mercados", completou o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin.
Ele disse que está havendo uma recuperação de preços em mercados como Japão e Oriente Médio, mas que o movimento é gradual. "Estamos compensando o aumento de custo de produção, mas ainda faltam reajustes. Mas há uma reação, mesmo que lenta", declarou.
Sobre mercado interno, Santin acredita que a retomada do crescimento da economia brasileira pode beneficiar o consumo. Em 2012, o consumo per capita ficou em 45 quilos ante 47 quilos de 2011. Segundo ele, sem um crescimento da economia e com preços altos devido ao custo de produção, a demanda interna retraiu.
Produção e grãos - Para a produção, a Ubabef estima um avanço também de 3% no ano ante 2012. "No primeiro semestre não há indícios de crescimento de produção. O avanço será concentrado no segundo semestre", falou o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra. Turra não vê recuo significativo dos preços dos grãos no curto prazo. Segundo ele, existe expectativa de maior produção de grãos por parte de países do Hemisfério Sul. E os contratos futuros para negócios com milho e soja indicam patamares de preços abaixo dos que foram praticados em 2012 e impactaram negativamente o setor. "Trata-se de um alívio, mas ninguém deve esperar o retorno aos patamares históricos, anteriores à seca que atingiu a agricultura dos Estados Unidos e que provocou a disparada de preços dos grãos no mundo", disse. "Mas o setor está mais preparado do que em 2012: estamos mais ajustados (oferta e demanda) e as empresas que estavam fragilizadas acabaram mudando suas gestões e controles para grupos fortes", ressaltou. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG