Pelo menos três novas reuniões devem ser realizadas a fim de elaborar estratégias para evitar o desabastecimento e aumento do preço do pescado, durante a Semana Santa. Este é o resultado do primeiro debate, que aconteceu ontem, entre a Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado (Sepaq), Secretaria Municipal de Economia (Secon) e Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Hoje, os três órgãos voltam a se reunir, desta vez com a participação do Sindicato dos Vendedores de Peixe para uma nova rodada de discussões. Amanhã, é a vez do Sindicato dos Balanceiros apresentar a sua sugestão. A ideia é que cada entidade defenda um proposta que será analisada na reunião geral prevista para a próxima segunda-feira, 25, que vai reunir todos os órgãos envolvidos na comercialização de peixe para a Semana Santa.
De acordo com o supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena, o encontro de ontem foi proposto pelo próprio secretário de Estado de Pesca, Henrique Sawaki, após a divulgação do estudo que apontou o aumento do preço do peixe desde 2012. “Já se tornou rotina o aumento do preço do pescado a partir de novembro até a Semana Santa. Todo ano acontece isso”, observou o economista.
No mês passado, a maioria das espécies de peixes comercializadas em feiras livres e supermercados apresentaram um aumento de preço, segundo o Dieese. A dourada, por exemplo, sofreu um reajuste de 17% quando comparado ao preço que era vendida em dezembro. Além desta, também estão mais caras as espécies Tucunaré, Tainha, Arraia, Aracu, Bagre, Xaréu, Sarda, Camurim, Corvina, Pescada Branca, Pescada Amarela, Gurijuba, Acari, Tamuatá e Peixe Serra.
“A ideia é focar em dois pontos fortes, que são o aumento do preço e garantia do abastecimento. Por isso é importante que as entidades sindicais participem dessas reuniões”, frisou Sena. Hoje, a reunião será na sede da Sepaq, a partir das 14h, e vai contar com a presença dos diretores do sindicato dos vendedores de peixe.
Amanhã, a reunião será na sede da Secon com a presença de membros do sindicato dos balanceiros que é quem basicamente define o preço do pescado, de acordo com Sena. Na próxima segunda-feira, 25, será realizada uma reunião geral com todas as instituições envolvidas na comercialização de peixe.
Em entrevista ao DOL (Diário On Line), o secretário Henrique Sawaki, ressaltou que as estratégias que serão elaboradas visam atender a população em geral, principalmente às famílias de baixa renda, que não podem ser prejudicadas com o reajuste do peixe. O decreto, que todo ano é baixado, para proibir a saída de pescado do Estado também será debatido.
Nos supermercados da cidade a procura pelo pescado é tímida. O encarregado de Peixaria Wanderlei Castro compara a movimentação no estabelecimento a de um dia normal. “A procura deve aumentar só a partir do dia 15”, frisou.
Ele confirma que os preços sofreram um reajuste no mês passado. Principalmente as espécies que estão em período de defeso. “As espécies que normalmente são mais procuradas durante a Semana Santa (pescada amarela, filhote, dourada) estão mais caras”, disse Wanderlei. “Uma alternativa é comprar peixe congelado e armazenar”, sugeriu.
A dona de casa Maria de Nazaré Paiva, 38, sentiu no bolso o reajuste. Ela comprou cerca de 1,5 Kg de pescada amarela e pagou quase R$ 50 pelo peixe. “Eu só compro desta espécie e está caro sim”, enfatizou.
A autônoma Raimunda Farias esteve ontem à tarde pesquisando os preços do pescado, a fim de encontrar a espécie mais em conta. “Temos que avaliar preço e qualidade, algumas espécies estão muito caras, estou pesquisando outras”, disse.
Veículo: Diário do Pará