Comerciantes otimistas com a venda de pescados

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Peixarias apostam na tradição religiosa para impulsionar as vendas na Quaresma


Melhor período de vendas para as peixarias, a Quaresma tradicionalmente alavanca o comércio desses produtos nos estabelecimentos especializados, em Belo Horizonte. Com expectativas de aumento nas vendas de peixes de 10% a 40% neste ano se comparado ao mesmo período no ano passado, comerciantes apostam na tradição religiosa da data e nos bons hábitos alimentares para impulsionar ainda mais os negócios de pescados na Capital.

Diretora comercial do Armazém do Mar, estabelecimento que comercializa peixes, frutos do mar e carnes exóticas no bairro Vila Oeste, região Nordeste de Belo Horizonte, Tatiana Barroso acredita que as vendas de peixes ainda não estão aquecidas. "As vendas já aumentaram, mas não tanto quanto esperávamos", revela. Para ela, a razão está em uma tendência natural do mercado ficar mais contido no final de cada mês. "No final de mês, as pessoas ficam mais apertadas e não querem gastar muito, mas acredito que com o início do mês de março as vendas melhorem como esperávamos". A diretora comercial espera de 10% a 15% de acréscimo nas vendas de peixes com relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo Tatiana Barroso, as vendas de peixes são maiores do que as de outros itens, como frutos do mar e carnes exóticas. "Como a especialidade da casa são os peixes, são eles o nosso carro-chefe, seja na Quaresma ou mesmo em outras épocas do ano", ressalta. Para ela, os peixes que mais vendem são salmão, merluza e surubim. "O salmão sempre vende bem, já o bacalhau vende mais na Semana Santa, porque é o prato principal da Sexta-feira da Paixão", conclui.

Por sua vez, o proprietário da peixaria São Francisco no bairro Bonfim, na região Noroeste, Fábio Mello, considera que o peixe é um alimento sempre presente na mesa de algumas famílias. "A venda desse produto é boa o ano todo, até mesmo os médicos recomendam o consumo do alimento que é tido como mais saudável", aposta. Por esse motivo, Mello confirma vendas maiores do pescado durante a Quaresma. "Nesta época, as vendas são maiores mesmo, pessoas que não têm o hábito de comer peixe, passam a procurar pelo alimento", ressalta.

Mello espera de 35% a 40% de acréscimo nas vendas do pescado neste ano se comparado ao mesmo período no ano passado. "Este é um período bom para peixarias, por isso acredito no aumento das vendas", assegura. Em seu estabelecimento, Mello vende diversos tipos de pescado. "Os que mais vendem nesta época são o surubim, dourado, sardinha, salmão e o bacalhau, conforme a preferência de cada pessoa", diz.


Tradição - Gerente de vendas da peixaria Mineira, também no bairro Bonfim, Gilberto Matos aposta na tradição de não comer carne na Quaresma para impulsionar as vendas de peixes. "O consumo de peixe é tradicional na Quaresma e a cada ano as vendas desse alimento aumentam no período cerca de 10% em relação ao ano anterior, e esta é a expectativa que temos para este ano, 10% de acréscimo nas vendas em comparação com o ano passado", destaca. Segundo Matos, que vende merluza, cavalinha, sardinha, piramutaba e bacalhau, na Quaresma, o consumo de peixe vai além das questões religiosas. "Essa tradição vem do catolicismo e vejo pessoas de outras religiões ou mesmo aquelas que não são religiosas procurarem peixes para consumir nesta época, trocam a carne pelo peixe", finaliza.

Proprietário da peixaria Modelo, estabelecimento dentro do Mercado Central de Belo Horizonte, Alfredo Suarez já notou um aumento nas vendas de pescados. "Logo após o Carnaval, as vendas já começam a aumentar. Neste ano, os negócios estão dentro do que esperávamos para o período", assegura. Nos dias que antecedem à Páscoa, Suarez comercializa mais piratinga, merluza, tilápia, panga e surubim. Ele espera aumento de 20% a 30% nas vendas de peixes nesta Quaresma, se comparado à mesma data no ano passado. "Esse aumento já está acontecendo e espero que continue até na Semana Santa."



Veículo: Diário do Comércio - MG





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