Após registrar preços firmes ao longo de fevereiro, as cotações do frango vivo permaneceram estáveis na maior parte das praças de comercialização do país no início do mês, mesmo em um período em que a demanda é menor. A avaliação é da analista de Safras & Mercado Andreia Mariani.
No entanto, a partir da segunda quinzena de fevereiro, os preços passaram a recuar, sobretudo em São Paulo e Minas Gerais. No Estado paulista, o quilo da ave viva saiu dos R$ 2,90 no final de janeiro para R$ 2,80 em fevereiro, enquanto que em Minas Gerais a queda foi de 6,6%, com negócios na casa dos R$ 2,85.
Em janeiro a produção de carne de frango foi menor comparado com igual período de 2012, de 963,946 mil toneladas neste ano frente à 1,156 milhão de toneladas em janeiro do ano passado. Contudo, ao passo que a produção foi menor, as exportações também recuaram. No mês passado os embarques totalizaram 288 mil toneladas, com queda de 11,9% frente a igual período de 2012, quando foram embarcados 328 mil/t de carne de frango.
"Com isso, os preços passaram a perder sustentação, pois mesmo com uma queda na produção a demanda não foi suficiente para absorver a produção", explica Mariani. Apesar dessa queda, os preços seguem em patamares superiores aos praticados no inicio dos anos anteriores. "Porém, há de se considerar que o setor vem sofrendo com a alta dos custos de produção desde meados de 2012 e neste inicio de 2013 a situação não é diferente", completa.
Embora os preços do farelo de soja e milho recuaram em alguns momentos no bimestre passado, agora, mesmo com uma safra recorde de grãos no país, os custos de logística estão em alta, mantendo o custo CIF alto para as granjas por conta da alta dos preços do frete. Diante deste cenário, não é esperado que os preços do frango vivo retornem aos mesmos patamares dos anos anteriores. Agora o setor tentará equilibrar os preços e custos a fim de garantir a rentabilidade.
Cota - Um novo regime de importação da União Europeia (UE) para algumas preparações e conservas de carne de frango do Brasil vai tornar possível maior rentabilidade para o exportador brasileiro. As importações estarão sujeitas a uma cota tarifária que chega a 158,2 mil toneladas anuais.
O acordo, que entrou em vigor a partir do dia 1º de março, é resultado de um entendimento bilateral que modifica o regime de importação da UE que se iniciou em 2009 - e que se adapta às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em razão disso, o Brasil negociou o direito de cotas específicas, cuja administração será compartilhada pelos governos do Brasil e da União Europeia.
Veículo: Diário do Comércio - MG