O mercado de carnes não anda bem neste mês. As vendas estão retraídas no varejo, o que levou a uma queda de preços também nas granjas.
No caso específico do frango, um dos que mais caem nesta semana, "o mercado está de ponta-cabeça". Essa a expressão da analista Heloísa Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária, para definir o cenário atual do setor.
Heloísa diz que era prevista uma recuperação de demanda, e consequentemente de preços, após o período de pagamento salarial do início deste mês. Essa recuperação não ocorreu, pelo menos na intensidade prevista.
A analista diz que, antes mesmo antes do início da segundo quinzena, empresas e produtores se preocupavam com o que viria pela frente.
Os problemas se confirmaram na segunda quinzena: oferta maior de frango no mercado e preços em queda. Sem o escoamento previsto pelo setor, "o mercado ficou fragilizado", diz Heloísa.
Para complicar ainda mais, problemas específicos em algumas empresas de integração forçaram oferta ainda maior de ave viva.
O resultado foi uma queda dos preços pagos aos produtores para R$ 2,60 por quilo de ave viva nas granjas paulistas, diz ela.
A analista afirma, ainda, que não dá para dizer que esse seja o piso de preço do mercado. Na avaliação dela, os preços ficam estáveis nesta semana, mas terão comportamento incerto na próxima.
Um dos motivos dessa incerteza são a semana da Páscoa e a fraca demanda nordestina. Com relação à Páscoa, o período é de predominância do consumo de peixes. Já no Nordeste, o consumo está retraído, diz a analista da Jox.
Veículo: Folha de S.Paulo