Em MG, perda foi de R$ 0,15 por quilo.
Os preços pagos pelo quilo de frango vivo mantiveram a seqüência de queda iniciada em março ao longo da segunda semana de abril. De acordo com dados da Scot Consultoria, em Minas Gerais a perda foi de R$ 0,15 por quilo e a tendência é de novas reduções ao longo dos próximos dias. Mesmo com a retração, os preços ainda são suficientes para cobrir os custos com a produção.
De acordo com o zootecnista e consultor da Scot Consultoria Douglas Coelho, assim como em Minas Gerais, os preços pagos pelo frango vivo também apresentaram quedas nas demais regiões produtoras.
No Estado, o quilo da ave que era negociado pelo avicultor no dia 9 de abril a R$ 2,35, foi comercializado no dia 16 de abril a R$ 2,10, queda de R$ 0,15 ou de 10,6%. O valor pago pelo produto industrializado nos frigoríficos também foi reduzido, passando dos R$ 3,80 para R$ 3,60, queda de 5,26%.
Vários fatores contribuíram para a redução dos preços pagos pelo quilo do frango vivo, porém o destaque foi a queda observada nos preços da soja e do milho, principais insumos da atividade avícola. O aumento da safra de grãos e o período de colheita contribuíram para o abastecimento do mercado e para a redução dos custos, o que interferiu diretamente nos preços praticados.
"O ano passado foi muito complicado para o setor avícola, uma vez que os custos de produção foram alavancados com a redução da oferta de milho e soja. O cenário atual, com uma maior produção de grãos, é mais favorável e está estimulando a atividade", disse Coelho.
Ainda segundo o consultor, com o menor impacto nos custos com a alimentação das granjas, a produção de aves foi estimulada nas principais regiões produtoras. Porém, a oferta de frango vivo é superior à demanda dos frigoríficos, que também estão encontrando dificuldades de repassar a produção para o varejo.
"Com os custos menores e os preços ainda lucrativos a produção de frango em Minas Gerais e demais regiões produtoras foi estimulada ao longo do primeiro trimestre. O resultado observado em abril é uma oferta de produtos superior à demanda, o que naturalmente promove a redução dos preços da carne de frango", disse.
A tendência, de acordo com o consultor, é de novas reduções. "Como a oferta está grande, a tendência é de queda nos preços do animal vivo nas próximas semanas", disse. Os preços poderão ter reação positiva na primeira semana de maio, quando ocorre o pagamento dos salários e o consumo é estimulado.
A queda nos preços do frango vivo no Estado só não foi maior devido ao aumento observado nas exportações ao longo do primeiro trimestre, o que contribuiu para a redução de parte da oferta.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), as exportações de carne de frango somaram US$ 87,9 milhões, incremento de 22,5%. O volume embarcado foi de 44,4 mil toneladas, alta de 4,76% sobre o volume exportado no primeiro trimestre de 2012, que foi de 42,4 mil toneladas.
Veículo: Diário do Comércio - MG