Negociações começam neste mês

Leia em 3min 10s

Reunião hoje pela manhã na Fiesc discute a abertura do mercado que poderá gerar US$ 1 bilhão ao ano para Santa Catarina

Exportadores de carne suína e governo do Estado se reúnem hoje pela manhã na sede da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) para discutir a abertura de mercado para o Japão, maior importador mundial da carne e que no próximo dia 27 irá oficializar o comércio exclusivo com SC.

A expectativa é que as exportações comecem daqui a seis meses, prazo para que empresários catarineses e representantes japoneses cheguem a um acordo sobre corte, peso, quantidade do produto e preço.

As negociações devem começar no dia 28, em solo asiático, um dia depois de a presidente Dilma Rousseff oficializar as exportações de carne suína brasileira com o país. Empresários dos oito frigoríficos catarinenses habilitados para comercializar o produto ao país farão a primeira rodada comercial para conhecer as necessidades dos compradores e iniciarem as discussões sobre as vendas.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de SC, Clever Ávila, acredita que o novo mercado resulte em uma exportação de 300 mil toneladas ao ano de suínos in natura para o Japão, responsável pelo incremento de, no mínimo, US$ 1 bilhão para o setor, no mesmo período.

Isto seria mais do que dobrar o número de exportações que SC realizou no ano passado, quando o Estado comercializou para o exterior 180 mil toneladas de carne suína. Essas exportações renderam a SC um faturamento de US$ 492 milhões.

Mas a produção da carne não deve aumentar em SC até o próximo ano, segundo Ávila, uma vez que o setor perdeu exportações importantes para a Rússia e a Ucrânia.

– Em 2012, muitos produtores independentes pararam de produzir. Como a criação de suínos tem um ciclo longo, qualquer aumento de produção só vai se refletir em 2014 – projeta Ávila.

Exportações em 2014 podem chegar a 200 mil toneladas


O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, estima que as exportações para o Japão cheguem a 200 mil toneladas por ano em 2014.

– O diferencial do Japão se dá pelo preço pago pela carne, que é nobre e por isso tem um valor agregado. O produto fica 20% a 30% mais caro que o normal do mercado, e isto vai trazer mais dólares para SC – explica.

O presidente da Fiesc, Glauco Côrte, complementa que a abertura do mercado com o Japão deve surtir efeito para a expansão do setor, mas que os produtores precisam buscar soluções para tornar o produto competitivo na relação com outros países que exportam para os japoneses.

Setor lucrativo

- O Japão é o maior importador mundial de carne suína in natura, totalizando 1,2 milhão de toneladas e US$ 5,1 bilhões em 2012.
- Ano passado, os principais fornecedores de carne suína in natura para o Japão foram Estados Unidos (US$ 2,1 bilhões), União Europeia (US$ 1,4 bilhão) e Canadá (US$ 1,1 bilhão).
- SC lidera as exportações de carne suína no Brasil. O Estado vendeu, no ano passado, 180 mil toneladas no valor de US$ 492 milhões.
- O país para o qual SC mais exportou foi a Rússia, totalizando 53,1 mil toneladas.
- O segundo país em número de exportações foi a Ucrânia, com 39,6 mil toneladas ao ano. Desde março, os ucranianos barraram o mercado com o Brasil por alegação de problemas sanitários. Em abril, uma comitiva veio a SC para fiscalizar os frigoríficos da região e, na semana passada, iriam oficializar a retomada das exportação. Porém, o documento ainda não foi assinado.
- O Brasil, quarto maior exportador de carne suína in natura do mundo, vendeu ano passado para 63 mercados, totalizando 581 mil toneladas do produto, o equivalente a US$ 1,5 bilhão.

Fonte: Associação Catarinense de Criadores de Suínos e governo do Estado.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Frigoríficos habilitados a exportar para o Japão

São Paulo - A secretaria de Agricultura e Pesca de Santa Catarina informou na sexta-feira, por meio de nota, que ...

Veja mais
Grupo JBS fecha a compra da Seara

Maior processador de carnes do mundo anuncia negócio amanhã; marca é da concorrente Marfrig, que pa...

Veja mais
JBS assume R$ 6 bi em dívidas da Marfrig para ter a marca Seara

Negócio, que engloba cerca de 30 fábricas, inclui a unidade de couro do grupo no UruguaiOperaç&atil...

Veja mais
Smithfield e Shuanghui, união que começou há 7 anos

Foi uma reunião breve entre duas poderosas pessoas do mercado de carne suína. O encontro entre Joseph W. L...

Veja mais
Para reduzir dívida, Marfrig negocia com BRF ativos na Ásia

Frigorífico venderia suas cinco unidades no continente; conversas estão em fase inicial e ainda não...

Veja mais
Venda externa de frango soma US$ 766 milhões

A União Brasileira  de Avicultura (Ubabef) informou ontem que a receita com as exportações bra...

Veja mais
BRF amplia prazo em operação de recompra de títulos

SÃO PAULO - A empresa  de alimentos BRF anunciou na manhã de ontem a extensão de prazo para in...

Veja mais
Preço teve estabilidade no mês de maio

A avicultura de corte apresentou um período de grande estabilidade durante o mês de maio, sinal que o merca...

Veja mais
Receita com exportação cai 0,4%

Resultado em maio é próximo do recorde histórico de US$ 770 milhões registrados em abril.S&a...

Veja mais