Kobe beef ganha espaço em cardápios refinados

Leia em 2min 30s

Carne da raça Wagyu, de origem japonesa, é mais macia e tem gordura homogênea. Pratos chegam a R$ 250

Os restaurantes mais requintados de algumas capitais do país já incluem o bifede Kobe em seu cardápio. Já chamada de “ouro vermelho” e de “carne marmorizada”, a carne de Kobe é extraída da raça Wagyu, originária do Japão. Este gado tem como característica possuir grande quantidade de gordura espalhada de forma homogênea pelas fibras, dando aos bifes mais suculência e maciez.

A Fazenda Yakult de Bragança Paulista (SP)foi aprimeira aimportar embriões de Wagyu dos EUA em1992. No início dos anos 2000,a fazenda começou a fazer o melhoramento genético para atender a demanda de restaurantes da capital paulista pela carne diferenciada.Hoje, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos na Raça Wagyu, há cerca de 5 mil animais puros de origem e 30 mil de cruzamento com outras raças no país, em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.

Eliel Palamin, veterinário da Fazenda Yakult e técnico da associação, explica que há duas formas de comercialização da carne do Wagyu: venda do animal para o frigorífico por até R$ 240 a arroba, ou venda diretamente para o restaurante ou boutique, podendo chegar a R$ 430 por arroba.

“A idade média de abate é 30 meses, com os animais pesando cerca de 750 kg. O rendimento de carcaça é de 57%. Cada boi oferece 250 kg de carne comercial (limpa e desossada)”, diz ele. Com valor de venda de R$ 40 por quilo de carne desossada, cada animal rende, em média, R$ 12 mil. “Calculo que sejam abatidos 40 animais puros e cerca de 250 com cruzamento com outras raças por mês, principalmente pela Marfrig”, completa.

No cardápio do Varanda, restaurante muito frequenta do por executivos na capital paulista, estão três cortes de Kobe grelhados, com preços que variam de R$ 114 a R$ 257. “Temos ribeye, chorizo e tender, que é o filémignon.O preço varia de acordo com a classificação em superior, premium e super premium”, explica Fabio Lazzarini, chefe-executivo do restaurante. A classificação leva em conta o grau de marmoreio da carne: superior 5 e 6; premium 7 e 8; esuper premium 10 a 12.

Segundo o chefe, o Kobe representa 5% da carne vendida no restaurante. “Há um mix de clientes, entre novos e antigos, que pedem a carne. Mas poucas mulheres pedem o bife de Kobe, por ser gorduroso”, diz.

Ezilmar Martins, gerente operacional do Saanga em Curitiba (PR), afirma que o Kobe tem boa saída no restaurante. “Muitos clientes procuram o bife, pois é uma carne saborosa e extremamente macia.”

O designer de joias Jack Vartanian é um dos apreciadores do bife. “Tive o primeiro contato quando tinha 12 anos, em Kobe, no Japão. E me surpreendi com a maciez. Mas depois fiquei um tempo sem ouvir falar. De uns anos para cá, o Brasil começou a importá-la e compro todo mês”, conta ele.



Veículo: Brasil Econômico


Veja também

Rússia resiste em encerrar embargo a carnes

A Rússia começou a flexibilizar o embargo contra as carnes de Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Gros...

Veja mais
Fim da temporada de tainha em SC

Pescadores guardam os barcos, cerca de 300 toneladas foram capturadasAs redes estão estendidas na areia da praia ...

Veja mais
Exportações mineiras de carne têm expansão

Estado ganha novos mercados. As exportações mineiras de carne de frango totalizaram US$ 193,4 milhõ...

Veja mais
Aumentam os custos na suinocultura e avicultura

Os custos de produção de suínos e frangos de corte calculados pela Embrapa Suínos e Aves (Co...

Veja mais
Nova ameaça às exportações de carne bovina

A indústria exportadora de carne bovina teme que o uso indevido do promotor de crescimento ractopamina na engorda...

Veja mais
Exportações Gaúchas: Esperança de um semestre melhor

Queda nas exportações afetou suinocultores gaúchos, mas vendas à Ucrânia já for...

Veja mais
Suínos: O circuito da carne

É representativo do impacto do agronegócio na vida da cidade o movimento de preços da carne su&iacu...

Veja mais
Os riscos trabalhistas no setor da carne

Por Julia Pereira, Paula Edit e Priscilla KirchoffCom foco na segurança e saúde no trabalho em empresas de...

Veja mais
Preço do boi gordo em alta

Frigorífico não consegue adquirir animais adequadamente .O mercado físico do boi gordo segue aprese...

Veja mais