Categoria quer que preço se iguale ao de São Paulo, por exemplo
Em uma reunião ocorrida no final de semana no município de Tucumã, no sul do Pará, pecuaristas da região demonstraram preocupação com o preço do boi vendido para fora do estado. No encontro, a classe mostrou as principais dificuldades e prejuízos que estão tendo no setor. Os pecuaristas de Tucumã, Água Azul do Norte, Ourilândia e São Félix do Xingu exigem que o preço da arroba do boi, comercializado na região, seja igualado ao preço de outros estados, como São Paulo, por exemplo.
O pecuarista Elídio Teichio reclama dos prejuízos. “Se o problema é no transporte, o problema é na empresa, se o problema são as estradas, vamos unir e brigar com os órgão competentes para melhorar as estradas, o que não podemos é ficar três anos engordando um bezerro e, em um único dia, sofrer o prejuízo por inconsequência e irresponsabilidade de governantes e da indústria”, conta.
Os representantes dos frigoríficos que estiveram presentes na reunião se comprometeram em levar as reivindicações apresentadas. Segundo eles, é o mercado que estabelece o preço. “Estamos levanto algumas reivindicações, algumas coisas eu também coloquei em melhoria de estradas, o que onera muito nosso custo”, explica o representante de frigorifico, Hércio Dias.
O representante de frigorifico Carlos Henrique acredita que algumas mudanças podem melhorar os problemas. “Vamos começar a estudar, fazer uma série de mudanças em transporte, em quantidade de funcionário, para a gente melhorar essa aliança com o produtor”, conta.
A exemplo dos outros municípios, Tucumã sobreviveu do extrativismo e do garimpo. Segundo dados da Adepará, Ourilândia, São Félix do Xingu, Água Azul do Norte e Tucumã, juntas, totalizam 3, 3 milhões de cabeças de gado, o que faz da pecuária a principal fonte econômica dessas cidades.
Alan de Souza é pecuarista da região e diz que se comparar com o mercado nordestino, a diferença pode chegar a R$ 30 por arroba e adverte que se o valor negociado não for corrigido, terão que restringir a oferta. “Vamos vender só o necessário para a manutenção, uma carga ou outra, até que as indústrias voltem ao preço normal. A diferença máxima de R$ 10 em arroba entre a nossa região e as regiões de alto consumo como São Paulo, as regiões do nordeste, para que possamos ter a nossa margem da manutenção da atividade. Caso contrário, nós vamos ter que largar a atividade e mudar pra outro ramo”, explica.
Segundo o Sindicado dos Produtores da Região, em Ourilândia, São Félix do Xingu, Água Azul do Norte e Tucumã, a arroba do boi é comercializada, em média, a R$ 87, valor considerado baixo pelos pecuaristas.
Veículo: O Liberal - PA