O frigorífico Minerva Foods pretende aproveitar a desvalorização cambial dos países do Mercosul e a alta oferta de bovinos na região para reforçar sua posição de exportador de carnes e reverter o prejuízo registrado no segundo trimestre deste ano.
O diretor-presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, afirmou, durante a apresentação dos resultados da companhia no trimestre, que o efeito positivo da valorização do dólar, que seria o aumento das receitas de exportação, só aparecerá nos resultados do segundo semestre.
Apesar disso, ele ressaltou que, mesmo sem esse efeito, "as exportações se mostraram mais rentáveis" para a Minerva e representaram dois terços do faturamento no trimestre. "Isso deve se consolidar no terceiro trimestre, com a perspectiva do dólar valorizado e o mercado interno estável, que permite vermos a exportação como segmento importante", destacou.
Segundo Queiroz, a aposta nas exportações se baseia também na retração da oferta mundial de carne bovina, "devido ao enfraquecimento dos principais players, com Estados Unidos e Europa".
Por outro lado, a Minerva vê uma demanda internacional mais aquecida, principalmente por parte dos países asiáticos. Atualmente, os principais destinos das carnes do frigorífico são Rússia, Oriente Médio e China. Já o mercado interno, embora também esteja aquecido, representa somente 21,2% das vendas da empresa.
Resultados
O frigorífico tem plantas no Uruguai e no Paraguai, onde passou a ter 17% de participação de mercado após a aquisição da Frigomerc, e pretende ampliar os investimentos na América do Sul. Queiroz não detalhou, porém, o volume de investimentos planejado nem se o foco será em novas aquisições de empresas já estabelecidas ou na abertura de novas plantas.
O executivo ressaltou a melhora das operações do frigorífico no Paraguai e mais especificamente no Uruguai, onde os preços se mantiveram estáveis apesar do aumento de 7% nos abates. "Há sinais de melhoria com redução de preço de gado e melhoria das margens de exportação [no Uruguai], e esse movimento também deve acontecer no Brasil", disse.
No Paraguai, as exportações cresceram 30%, puxadas pela reabertura do mercado chileno e pela abertura de mercados no Oriente Médio e Leste Europeu.
Por enquanto, observou o executivo, a desvalorização do real só teve efeito negativo sobre os negócios da companhia e teve um peso de R$ 214,9 milhões sobre o resultado líquido do trimestre, que acabou com um prejuízo de R$ 196,3 milhões. Sem o efeito da variação cambial, a empresa teria um lucro líquido de R$ 18,6 milhões.
Veículo: DCI