Brasil representará 35% das vendas da Marfrig este ano

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O Brasil deverá representar 35 por cento das vendas da Marfrig Alimentos em 2013, mesmo após a venda da Seara Brasil, disse ontem o executivo Sérgio Rial - que deve assumir como presidente da empresa no início de 2014 - durante um evento da companhia em São Paulo. Em 2012, o Brasil representou 32% das vendas da Marfrig. Segundo Rial, os números projetados nesta segunda-feira consideram basicamente o crescimento orgânico da companhia, já incluindo a venda da Seara Brasil para a JBS.

"Independentemente do desinvestimento que foi feito, o Brasil ainda é muito forte, e que bom que está forte... Também vemos um crescimento na área internacional", disse o executivo.

No mercado internacional, a empresa atua com a Moy Park, unidade na Irlanda do Norte, e a Keystone, nos Estados Unidos.

"A Marfrig vai acelerar o crescimento orgânico, em vez do ritmo de aquisições visto antes", disse Rial. "Estes números apresentados são vistos pelo prisma do crescimento orgânico, não prevê aquisições. O negócio deve manter margem de um dígito, com geração de caixa consistente", afirmou o executivo.

Moy Park

A Moy Park, controlada da Marfrig na Irlanda do Norte, divisão da companhia que representa cerca de 25% da receita da empresa, também deve ter aumento de faturamento e melhora em indicadores importantes, como Ebitda e margem Ebitda.

A receita deve subir cerca de 15%, para R$ 4,554 bilhões em 2013, contra R$ 3,970 bilhões em 2012, segundo estimativa apresentada pelo presidente executivo da Moy Park, Nigel Dunlop.

A estimativa de Ebitda foi elevada para R$ 285 milhões em 2013, ante R$ 208 milhões em 2012. A margem Ebitda foi prevista em 6,2% em 2013, contra 5,2% do ano anterior. "O crescimento deve ocorrer com reforço no mix de vendas, foco na redução de custos, reforço da presença em frango in natura e vendas no varejo", disse Dunlop, que se aposenta no final deste ano.

Além da Irlanda, a Moy Park abastece o Reino Unido e tem forte presença no mercado europeu.

A nova presidente executiva da unidade, Janet McCollum, avaliou que a companhia tem condições de manter o ritmo de crescimento no mercado europeu.

Receita de R$ 18,5 bilhões


A Marfrig estima registrar receita de R$ 18,5 bilhões neste ano. A companhia brasileira prevê ainda uma receita entre R$ 21 bilhões e R$ 23 bilhões para o próximo ano, conforme divulgado em relatório para a CVM.

Segundo o informe, a Marfrig estima uma taxa de crescimento anual da receita de 7,5% a 9,5% entre 2012 e 2018, não considerando ganhos não recorrentes.

As previsões de receita adotam as premissas cambiais de US$/R$= 2,40 e £/R$= 3,80 em 2014 e constante nos próximos cinco anos, excluindo projeção de inflação. Segundo a companhia, os guidances foram calculados a partir da análise do ambiente macroeconômico nos mercados em que a Marfrig atua, bem como de suas próprias perspectivas e projeções.

"Estas são apenas projeções e, como tais, baseiam-se exclusivamente nas expectativas da administração da companhia. Tais considerações futuras dependem, substancialmente, de fatores externos, além dos riscos apresentados nos documentos de divulgação arquivados pela Marfrig e estão, portanto, sujeitas a mudanças sem aviso prévio", afirmou a nota à CVM assinada por Ricardo Florence dos Santos, vice-presidente de finanças e DRI da Marfrig Alimentos.

Marca própria


A Marfrig anunciou, no começo deste mês, o início da comercialização de sua nova linha de carnes bovinas, que levará o mesmo nome da companhia. Até então, a empresa atuava no varejo com as marcas premium Montana e Bassi, além da principal, Seara.

Segundo a empresa, em nota, a linha Marfrig Cortes Bovinos, produzida pela divisão de carnes bovinas do Grupo, Marfrig Beef, terá como foco o consumidor do varejo (grandes redes de supermercados e açougues), com 33 cortes já porcionados e embalados. Nas embalagens dos produtos, a etiqueta de identificação reproduz um brasão, destacando os atributos de tradição do Grupo. Mais itens com a marca Marfrig serão lançados em breve.

"Quando o consumidor compra uma carne com o nome Marfrig, ele pode ter certeza de que esse é um alimento de qualidade, produzido seguindo altos padrões de respeito animal, social e ambiental. Nossa política de compra só permite aquisição de gado de propriedades legalizadas e que não estejam envolvidas com desmatamento, invasão de terras indígenas ou trabalho escravo", disse o diretor presidente (CEO) da Marfrig Beef Brasil, Andrew Murchie, no comunicado.

Embora não tenha mencionado, a nova linha de carne bovina da companhia segue a estratégia de suas principais concorrentes, a Minerva e JBS (que trabalha com a marca Friboi, que já integrou o nome institucional da companhia).



Veículo: DCI


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