Suinocultores de Santa Catarina articulam com o governo federal a troca de carne suína por trigo russo. O objetivo é reduzir a pressão da oferta no mercado interno provocada pela queda nas exportações. A expectativa é escoar 50 mil toneladas de carne suína avaliadas em R$ 150 milhões.
O ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes acredita que o escambo é uma alternativa de comércio própria dos períodos de crise: "Todas as estratégias devem ser consideradas diante das dificuldades de financiamento do comércio exterior. A criatividade dos comerciantes fará a diferença."
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Valdir Colatto (PSDB-SC), disse que a queda dos embarques recomenda fórmulas alternativas de negociação e que isso foi demonstrado ao governo: "A renda está prejudicada". Colatto explicou que o processo de troca será feito entre empresas, e o trigo importado será aproveitado pelos frigoríficos e cooperativas catarinenses. "O restante pode ser comprado pelos moinhos."
Os representantes dos exportadores de carne suína não foram convidados a participar das negociações. Já os empresários do setor moageiro reagiram diante da proposta. "Nenhum moinho pode ser forçado a comprar esse tipo de produto", disse Lawrence Pih, presidente do Grupo Moinho Pacífico.
Veículo: Gazeta Mercantil