Otimistas, avicultores não cortam a produção

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O baixo custo com o milho, principal matéria prima dos avicultores, está protelando o ajuste da produção do setor. Desde o final do ano passado, as avícolas perseguem a meta de reduzir a produção em pelo menos 20% até março para evitar impacto nos preços e desvio da produção não exportada para o mercado interno. "Isso está dificultando a chegada na meta de se permanecer em 400 milhões de aves alojadas mensalmente no país. Sem falar que há muitas empresas otimistas e equivocadas", disse o presidente da UBA, Ariel Antônio Mendes, durante visita ao Show Rural. Em janeiro, os alojamentos ainda se mantiveram em 430 milhões de aves.

 

"No mercado interno, nós estamos trabalhando até com uma previsão de crescimento da demanda de até 2% em 2009. Mas no mercado externo nossos principais mercados compradores como o Japão, Arábia, Rússia e Hong Kong estão apresentando quedas nas compras entre 17% e 20%", disse o assessor da ABEF, Ricardo Santin. Em 2008, o setor obteve um dos maiores crescimentos da sua história, atingindo 17% no ano, mas assistiu as vendas externas caírem em novembro passado de uma média mensal de 320 mil toneladas para 235 mil toneladas. Além de reduzir o alojamento, "o setor está trabalhando com uma redução de 10% no número de matrizes, o que já conseguimos alcançar em janeiro quando o número caiu de 4 milhões para 3,6 milhões", informou Ariel Antônio Mendes. Outra saída é diminuir os turnos de abate, de seis por ano para cinco, com o que o produtor reduz sua renda, mas não sai da atividade.

 

Ele confirmou que o setor continua com problemas de crédito para capital de giro. "Nós pedimos ao governo a liberação de R$ 5 bilhões e sabemos que chegou aos bancos, principalmente o Banco do Brasil. O problema é que as empresas do setor são consideradas de maior risco", disse Ariel Antônio Mendes. "Como saída estamos propondo aos bancos, via governo, que aceitem nossas matrizes como garantia", acrescentou.O presidente da UBA alertou que o desemprego começa a rondar o setor porque há muitas grandes empresas como a Sadia que já iniciaram o processo de descontratar empresas fornecedoras de aves terceirizadas.

 

Ricardo Santin, da ABEF, informou que ainda está difícil avaliar o potencial de novos mercados como a Índia ou a abertura do mercado continental da China, ocorridas recentemente. Segundo disse, na Índia, o consumo de frango é de 2 kg per capita e quase todo in natura. Na China ainda não existe nenhum sinal de quanto o governo vai abrir para importações.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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