Produtores e exportadores brasileiros planejam evitar excedente de aves disponíveis no mercado.
As empresas produtoras e exportadoras de carne de frango reduziram em 13% o alojamento de frangos para corte, em comparação a outubro do ano passado, com objetivo de evitar uma superoferta de aves no mercado, que não teriam para onde ser escoadas.
No mês passado, o alojamento total foi de 430 milhões de frangos para uma capacidade nacional instalada de 520 milhões de frangos. A expectativa é de que essa redução se intensifique nos meses de fevereiro e março e chegue a 20%, segundo presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes.
Além do menor alojamento de frangos para corte, a UBA também recomendou uma diminuição no plantel de matrizes para 3,6 milhões de aves. Em janeiro, a entidade já registrou uma redução nesse número para 3,55 milhões de cabeças. "Recomendamos um corte de 10% no alojamento mensal de matrizes e já sentimos que os objetivos estão sendo alcançados. O objetivo de todas essas medidas é evitar um excesso de produção no segundo semestre deste ano e início de 2010", disse Mendes.
De acordo com Mendes, o efeito da menor oferta de aves no mercado foi a estabilidade dos preços para o consumidor final. Segundo ele, os supermercados não diminuíram os preços dos cortes de frango na ponta final. A estabilidade no varejo, no entanto, não é a mesma do atacado. Apenas neste ano, os preços do frango resfriado subiram 3,56%, saindo de R$ 2,53% o quilo no final de dezembro do ano passado para os atuais R$ 2,53 por quilo.
Falta de crédito - Na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, uma das maiores dificuldades do setor no momento é a falta de crédito. Segundo ele, existe um distanciamento muito grande entre as medidas anunciadas pelo governo e a execução dos planos. "Os bancos estão muito mais cautelosos do que já eram", disse Turra, referindo-se ao acesso das empresas às linhas de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC).
Para tentar conter o problema de crédito, o setor aguarda a aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) da ampliação do limite de crédito para o financiamento de custeio dos produtores integrados. Atualmente, cada integrado tem um limite de R$ 24 mil e a expectativa é de que esse valor seja ampliado para R$ 50 mil. "O problema da avicultura é de crédito", afirmou Mendes.
Veículo: Diário do Comércio - MG