Com desempenho operacional expressivo em praticamente todas as unidades de negócios, a JBS registrou o maior lucro trimestral de sua história de julho a setembro. No período, a gigante global de proteínas animais teve um lucro líquido de R$ 1,092 bilhão, quase cinco vezes superior ao do terceiro trimestre do ano passado (R$ 219,8 milhões).
O desempenho da JBS ficou bem acima do que o mercado esperava. Conforme o intervalo das estimativas dos analistas dos bancos Citi, J.P. Morgan e Goldman Sachs, o lucro líquido da empresa no terceiro trimestre ficaria entre cerca de R$ 500 milhões e R$ 700 milhões.
No terceiro trimestre, a receita líquida da JBS atingiu R$ 30,778 bilhões, crescimento de 27,1% em relação aos R$ 24,222 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2013. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado chegou a R$ 3,617 bilhões, mais que o dobro na comparação com o Ebitda ajustado de R$ 1,709 bilhão reportado no terceiro trimestre do ano passado.
A JBS também informou que teve uma geração de caixa operacional de R$ 3 bilhões e uma geração de caixa livre de R$ 2,1 bilhões.
Com a forte geração de Ebitda no período, a JBS também conseguiu reduzir seu índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda em doze meses), para 2,54 vezes no fim do terceiro trimestre. No fim de junho, esse índice era de 3,15 vezes. Em 30 de setembro, a dívida bruta da JBS totalizava R$ 38,456 bilhões e havia disponibilidade de R$ 12,578 bilhões de recursos em caixa. Com isso, a dívida líquida da empresa totalizava R$ 25,848 bilhões em setembro.
Principal divisão de negócios da companhia, a JBS USA Carne Bovina - que reúne as operações de carne bovina da empresa nos EUA, na Austrália e no Canadá - foi favorecida pelo aumento dos preços da carne bovina no mundo. No terceiro trimestre, o preço médio das exportações da JBS avançou 9,3% ante o trimestre imediatamente anterior.
Nesse contexto, a receita líquida da unidade cresceu 24,7%, para US$ 5,849 bilhões. Já o Ebitda cresceu mais do que quatro vezes, para US$ 504,9 milhões. A margem Ebitda, por sua vez, subiu de 2,7% para 8,6%.
Também com resultado expressivo, a controlada americana Pilgrim's Pride, segunda maior produtora de frango do mundo, teve uma receita líquida de US$ 2,268 bilhões no terceiro trimestre, alta de 5,8%. No período, o Ebitda da Pilgrim's praticamente dobrou, a US$ 435,4 milhões, e a margem Ebitda atingiu 19,2%.
No caso da JBS Foods, subsidiária dona da marca Seara e que reúne as operações de aves, suínos e alimentos processados no Brasil, a restruturação deflagrada no fim de 2013, após a aquisição da Seara junto à Marfrig, continua dando resultados. No terceiro trimestre, a margem Ebitda foi de 17,1%, ante 14,3% no segundo trimestre. Há um ano, a Seara registrava margem negativas.
Única unidade de negócios a registrar desempenho pior no terceiro trimestre, a JBS Mercosul foi afetada pelo preço mais alto do gado no Brasil. Com isso, o Ebitda caiu 15,2%, para R$ 554,6 milhões, e a margem Ebitda recuou de 11,3% para 8,6%.
Veículo: Valor Econômico