Grupo Redenção pede recuperação judicial

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O conglomerado familiar mato-grossense conhecido como Grupo Bihl - ou Grupo Redenção, como também passou a ser chamado - engordou a lista de empresas relacionadas ao segmento de carnes que pediram recuperação judicial no país após a conjuntura adversa que se seguiu ao aprofundamento da crise financeira internacional, em meados de setembro de 2008. 

 

Representado pelo escritório Emerenciano, Baggio e Associados, o conglomerado entrou com um pedido de recuperação conjunto para suas nove companhias controladas (Agropecuária Malp Administração e Participações, Curtume Araputanga, Curtume Jangadas, Frigorífico Araputanga, Frigorífico Redentor, Redenção - Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Couros, Agropecuária Serra Azul, Curitiba Agropecuária Indústria e Comércio e J.P.M.B. Indústria e Comércio). 

 

Conforme o advogado Sergio Emerenciano, as dívidas totais do grupo somam cerca de R$ 60 milhões, ante um faturamento conjunto que alcançou cerca de R$ 100 milhões no ano passado (60% proveniente de exportações), já abaixo dos R$ 150 milhões apurados em 2007. Emerenciano afirma que de todas as operações do grupo, sempre ligadas à carne bovina, a principal atualmente envolve os curtumes. São duas unidades nesta frente, localizadas nos municípios de Jangadas e Araputanga, em Mato Grosso. O grupo, que administra seus negócios a partir de Cuiabá, emprega cerca de 400 funcionários diretos e aproximadamente 600 indiretos. 

 

O pedido foi apresentado na Vara Especializada em Recuperação Judicial de Cuiabá e ainda não foi deferido. Se isso acontecer, o grupo terá 60 dias, a partir do deferimento, para apresentar o plano de recuperação aos credores. Tal plano, conforme Emerenciano, já está sendo elaborado. Cerca de 60% das dívidas totais são com instituições financeiras, sempre de acordo com o advogado que representa o Grupo Redenção no processo. 

 

Emerenciano destaca que nem todos os problemas enfrentados pelo conglomerado nasceram com a crise recente. No caso do Frigorífico Araputanga, uma das nove empresas controladas, está em discussão na Justiça um impasse que se seguiu ao arrendamento da unidade no município ao Friboi, em 2001. Como já informou o Valor, a disputa entre o Friboi (hoje mais conhecido como JBS) e o Redenção (na época o frigorífico em questão era chamado de Frigoara) se arrasta desde 2002. Na briga pelo controle da unidade, afirma Emerenciano, o Grupo Redenção pleiteia o pagamento de R$ 150 milhões. Procurado, o JBS preferiu não se manifestar. Esta disputa judicial veio à tona após suspeitas - não comprovadas - de que o conglomerado teria cometido fraude na obtenção de recursos da Sudam para seus planos de expansão. 

 

Veículo: Valor Econômico


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