Crise econômica e greves não impediram que setores apresentassem bons resultados em exportações e consumo per capita.
Em meio ao complexo cenário visto em 2015, a avicultura e a suinocultura foram impactadas em diversos momentos ao longo do ano. Com custos de produção apresentando elevação, caminhoneiros e fiscais federais agropecuários em greve e o fechamento parcial e total do Porto de Itajaí (uma das principais portas de saída destas exportações), os setores tiveram que superar os empecilhos para apresentar bons resultados.
E eles surgiram. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, São Paulo/SP), a avicultura e a suinocultura do Brasil encerram 2015 com diversos recordes: na produção e nas exportações de frangos; na produção e no consumo per capita de suínos; e na produção e no consumo per capita de ovos. A carne de frango foi consolidada como quarto item da pauta exportadora nacional e alcançou em 2015 os três melhores resultados mensais da história das exportações do setor.
Ao mesmo tempo, novos mercados abriram as portas para aves e ovos, e outras foram reabertas para suínos. Grandes importadores ampliaram os números de plantas habilitadas para aves, ovos e suínos no País, incentivando a produção nacional. Neste cenário, as exportações totais da avicultura e da suinocultura deverão atingir, em 2015, US$ 8,7 bilhões, ou R$ 25 bilhões.
O consumo interno segue elevado e as três proteínas foram beneficiadas nas gôndolas pela alta nos preços da carne bovina. Além de ampliar sua participação no mercado, a avicultura e a suinocultura conseguiram manter sua competitividade, com a manutenção da desoneração da folha de pagamento. Outro fator favorável foi a alta do câmbio, melhorando a rentabilidade dos exportadores na conversão para a moeda nacional.
Projeções para 2016. Frente à crise vigente no País, a avicultura e a suinocultura do Brasil encerram o ano com boas perspectivas para 2016. “As projeções indicam crescimento na produção e nas exportações dos dois setores, e a solidez dos negócios deverá ser mantida, tanto internamente, quanto no mercado externo”, afirma o presidente Executivo da ABPA, Francisco Turra.
Frango. O setor prevê um crescimento de 3% a 5% na produção. Segundo Turra, a estimativa é baseada na possibilidade de abertura de novos mercados para o frango brasileiro, além do impacto natural gerado pelo crescimento vegetativo da população e a esperada reversão da situação econômica do Brasil. Existem ainda boas expectativas quanto a abertura dos mercados de Taiwan e República Dominicana, além da habilitação de novas plantas para embarcar carne de frango do Brasil para a China. “No radar do setor, também estarão a Austrália, Nova Zelândia, Camboja e o acompanhamento do painel contra a Indonésia”, ressalta o vice-presidente de Aves, Ricardo Santin.
Suíno. Para o próximo ano, o setor de suínos prevê um crescimento de 2% a 3% na produção nacional. Além do incremento dos embarques, espera-se uma leve alta no consumo per capita do Brasil, de acordo com Turra. Para 2016, o setor prevê um crescimento entre 2 e 3% nos embarques realizados pela suinocultura do Brasil. É esperada melhoria da performance das vendas para o Leste Europeu e grandes compradores da Ásia (como Hong Kong e Singapura), as duas novas plantas habilitadas devem influenciar positivamente os embarques para a China. “Há, também, boas expectativas quanto à abertura do mercado da Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e União Europeia”, aponta Turra. “Também está no radar a abertura para venda ao varejo na África do Sul, além da possível elaboração do protocolo de miúdos para embarques à China”, completa o vice-presidente de suínos, Rui Eduardo Saldanha Vargas.
Ovos. Para o próximo ano, o setor produtor de ovos prevê crescimento de até 2% na produção total. Os exportadores preveem níveis equivalentes aos embarcados neste ano, e a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos deverão manter o fluxo de negócios do segmento.
Veículo: Site Feed & Food