Expectativa é de mais incremento este ano.
Mesmo diante da crise econômica, queda na renda da população e elevada inflação, o setor de avicultura no Pará apresentou crescimento de 10,66%, com registro de um plantel de corte de 1,66 milhão de aves em 2015, contra 1,5 milhão em 2014. A informação é da Associação Paraense de Avicultura (APAV), que festeja também o incremento de 14,8% no consumo de milho e de 5,6% no de soja.
Em 2015, segundo a APAV, o setor foi diretamente afetado com o aumento do custo de insumos essenciais, como a elevação da energia elétrica e combustíveis, e também pelo desabastecimento de grãos, como soja e milho, que fez disparar o preço deste último em 35% e o da soja em 100%, majorando ainda mais o custo das rações.
O presidente da Associação, Cláudio Afonso Martins, ressaltou o apoio do governo estadual nesse momento de crise por meio da concessão de benefícios fiscais. 'A iniciativa do Estado foi muito importante para o setor e nos ajudou a sustentar os empregos frente à crise', disse.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, que tem feito a interlocução entre ogoverno e o setor das indústrias de frango, também comemora o esforço do segmento e reafirma que esse é o perfil que o Estado está buscando. 'Precisamos de indústrias que possam processar nossas matérias-primas. Seguramente 40 mil hectares dos pouco mais de 200 mil hectares de soja que produzimos no Pará foram convertidos em frangos. O restante da soja foi exportado 'in natura' para gerar empregos lá fora', ressalta.
Segundo dados da APAV, os principais polos de produção no Estado concentram-se em Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém, e em Santarém, no oeste paraense. Juntos, os dois municípios têm o maior plantel de frango de corte da Região Norte, o que representa 1,3% da produção nacional e coloca o Pará no 11º lugar no ranking nacional.
Apesar das dificuldades do ano de forte recessão, o setor cresceu 53% na produção de ovos férteis em Santarém, o que acrescentou no plantel de corte 160 mil aves por semana. A produção da agricultura familiar também cresceu 14% e o abate nos abatedouros cadastrados no Sistema de Informações Gerenciais do Sistema de Informação Executiva (SIG e SIE) subiu para 13,70%, com 160 mil toneladas de carnes processadas.
'O ponto mais importante desse crescimento, no que diz respeito aos ganhos para a população como um todo, foi a manutenção e o aumento dos postos de trabalho em plena crise', observa Cláudio Afonso Martins.
Ele destaca que para este ano, mesmo diante das previsões de agravamento da crise econômica, a APAV tem metas ambiciosas para cumprir, a exemplo do aumento do plantel de corte em 225 mil por semana, até que se alcance marca de 1,88 milhão de aves colocadas no mercado semanalmente, o que corresponderia a um acréscimo de 13,55%.
Além disso, a Associação se propõe a iniciar a exportação da carne de frango paraense por meio da implantação na Lista Geral do abatedouro de Santa Izabel. O Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, para citar um exemplo, prevê um aumento de 3,8% na importação de carne de frango brasileira.
Veículo: Jornal O Liberal - PA