Produção de frango crescerá 5% para atender mercado interno

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Mesmo atravessando um momento que exige total cautela, a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) aposta em um incremento de 5% na produção de frangos no País, estimativa baseada no bom desempenho do mercado interno. A previsão é de que dois terços da produção nacional sejam absorvidas pelos próprios brasileiros, ou seja, 11 milhões de toneladas, em 2009. Os reflexos dessa demanda já começam a ser sentidos, com o aumento do volume de pintos alojados, que vem em queda desde outubro, mas que apresentou recuperação em março.

 

"Em cinco meses houve uma redução de 500 milhões para 417 milhões de pintos alojados, volume que em março teve pequena alta e chegou a 430 milhões", informou ontem o presidente da Abef, Francisco Turra, durante o encontro setorial da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) que avaliou o cenário e as perspectivas para o setor. Mesmo com a leve recuperação do setor, o presidente afirma que o quadro de turbulência ainda demanda muita cautela. "Sem dúvida, de dezembro para cá, houve uma pequena reação, em função das boas expectativas com a entrada de novos mercados como Argélia, Malásia e Indonésia, além do mercado da China", avaliou.

 

Turra preferiu não fazer projeções quanto à receita com exportações em 2009, já que a comercialização está atrelada ao dólar, mas acredita que os preços devem se manter nos patamares atuais. Segundo ele, em outubro o preço do quilo era de US$ 2,02, valor que despencou em fevereiro para US$ 1,42. Os dados apresentados pela Abef deram uma dimensão do impacto da crise no setor avícola do País: quedas drásticas nas exportações, como foi o caso do Japão, que recuou de 38,5 mil de toneladas em outubro, para 16,7 mil em fevereiro passado. A queda também foi acentuada entre países da União Europeia, como no caso da Rússia, que importou 13,7 mil toneladas do Brasil, em outubro e apenas 8,8 mil em fevereiro. "Nossa intenção é apertar o cerco junto à Rússia, buscar outras formas de negociar, mesmo que seja através de escambo: vem trigo e vai frango e carne suína", explicou o dirigente.

 

O balanço dos dois primeiros meses de 2009 mostra que os embarques tiveram queda de 5,2% em volume e de 28,2% em receita - o maior destaque negativo. "Os números destes primeiros dois meses não nos surpreendem. Não fomos colhidos de surpresa pela crise. Já esperávamos um primeiro trimestre difícil", disse Turra. Outra barreira que tem preocupado o setor diz respeito ao aumento de iniciativas protecionistas por parte de diversos países, como no caso da Ucrânia que está acusando o Brasil de dumping. "Precisamos de uma força-tarefa do governo federal para reverter esse quadro, pois é muito alto o grau de protecionismo que aflora em momentos de crise", afirmou. Apesar do cenário pouco favorável, o presidente da Abef destacou que, desde o início da crise, o setor avícola foi o que menos precisou demitir. "Fizemos uma ginástica muito grande, demos férias coletivas, readequamos horário de trabalho, mas mantivemos os empregos."

 


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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